Vice-presidente da engevix teria mandado R$ 15 mi para os EUA
Advogado disse à Justiça que Gérson Almada fez remessas um dia antes da deflagração da Operação Juízo Final
O criminalista Fábio Tofic Simantob comunicou nesta sexta feira, 21, à Justiça Federal que o engenheiro Gérson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix Engenharia e alvo da Operação Lava Jato, fez remessas de valores para os Estados Unidos no dia 13, um dia antes da deflagração da Operação Juízo Final, sétima fase da Lava Jato ? investigação sobre esquema de propinas e corrupção na Petrobrás.
Almada foi preso sexta feira, 14, por ordem judicial. No mesmo dia, a Justiça Federal decretou o bloqueio de R$ 20 milhões de cada empresário sob suspeita.
Em uma conta de Gérson Almada, no Brasil, o Banco Central bloqueou cerca de R$ 22 milhões, atendendo o decreto da Justiça Federal.
O advogado Fábio Tofic esteve na Justiça Federal em Curitiba, base da Lava Jato, para pedir a revogação da ordem de prisão contra Gérson Almada.
O advogado aproveitou para comunicar verbalmente que o empresário mantém um empreendimento hoteleiro nos EUA, com uma filha americana. Os recursos transferidos, no valor total aproximado de R$ 15 milhões, serão empregados na ampliação do hotel. Uma parte da remessa ocorreu no dia 13.
?Todas as operações foram declaradas ao Banco Central, o hotel nos Estados Unidos é do conhecimento das autoridades brasileiras?, observou o criminalista. ?Por uma questão de respeito à transparência e em absoluta lealdade para com o juiz (Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato) resolvi fazer essa comunicação em caráter verbal.?
Fábio Tofic pondera que se o empresário tivesse intenção de pulverizar seus ativos para evitar o embargo judicial o Banco Central não teria localizado R$ 22 milhões em sua conta. ?Se ele (Gérson Almada) tivesse sido avisado com antecedência (da medida judicial de bloqueio) e quisesse esvaziar suas contas ele teria feito. Não teria deixado R$ 22 milhões para serem bloqueados. Isso mostra a boa fé do meu cliente, que está à disposição da Justiça para todos os esclarecimentos.?
O criminalista destacou que a ordem judicial limitou o confisco em R$ 20 milhões. ?Assim, o montante localizado é até superior ao que deveria ser embargado. Evidentemente, a remessa para os Estados Unidos, que se deu antes da ordem de bloqueio, não prejudicou em nada a Justiça.? (Fausto Macedo e Ricardo Brandt/AE)