Trincheiras definidas

Em Maceió, eleitor dividirá locais de votação com invasão de gastões

TRE faz acordo com gastões que invadiram locais de votação

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Após a sinalização do desembargador-presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE/AL), Sebastião Costa Filho, de que a Polícia Militar poderia ser acionada para desocupar a sede do Instituto Federal de Alagoas (IFAL), um acordo foi firmado em reunião entre estudantes e autoridades, na tarde desta quinta-feira (27) para garantir que no próximo domingo (30) o funcionamento das sessões eleitorais nas salas de aula do local, que é alvo de invasão de manifestantes gastões, contrários à aprovação da PEC 241, que limita os gastos públicos.

Representantes de estudantes participaram da reunião com o presidente do TRE e a cúpula da Segurança Pública de Alagoas e reforçaram o compromisso de manter a invasão somente na área administrativa do prédio do IFAL, deixando as sessões eleitorais livres para a votação do 2º turno da disputa pela Prefeitura de Maceió. No dia anterior, um ofício já havia sido encaminhado à Reitoria do IFAL com esse propósito.

O remanejamento das sessões ou retirada à força do prédio invadido do foram descartados pelo presidente do TRE, que também obteve garantias da Polícia Militar para a segurança dos locais de votação.

“Os alunos do Ifal elaboraram, por meio da reitoria, um ofício nos garantindo que não irão atrapalhar o curso das eleições. Eles estarão na instituição, mas continuarão a ocupar apenas a parte administrativa”, disse o desembargador Costa Filho.

Outras bandeiras

De acordo com o estudante de Direito da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), André Albuquerque, que auxilia na coordenação jurídica do movimento dos defensores de gastos públicos sem limites, já são 17 invasões de instituições de ensino em Alagoas. Sendo cinco prédios da Ufal, seis do Ifal e seis escolas públicas em Arapiraca, Delmiro Gouveia e Água Branca.

“Os estudantes acreditam que o direito ao voto foi algo conquistado pela geração, por uma juventude da década de 1980. E agora temos a nossa geração lutando por outras pautas que não é o direito ao voto, mas é o direito à continuidade da educação pública gratuita e de qualidade, contra a PEC 241 e também contra a MP 746, que faz a reforma de ensino médio e faz da escola um ambiente menos crítico, sem disciplinas como filosofia e sociologia”, disse André Albuquerque.

O vice-reitor do Ifal, Carlos Guedes, também participou da reunião com estudantes no TRE, e concordou com a delimitação de uma barreira para a ocupação prosseguir apenas na área administrativa. O gesto é claro de apoio ao movimento, assim como a posição da reitora da Ufal, Maria Valéria Costa Correia, que publicou nota de repúdio contra a PEC 241, afirmando que “a mesma incorrerá em desmonte da educação, saúde e todos os serviços públicos prestados pelo Estado Brasileiro”.

Servidores da Ufal também deflagraram greve em apoio à mobilização. O Fórum de Diretores das Unidades Acadêmicas da Ufal também publicaram repúdio à PEC 241.

Veja a lista de invasões em Alagoas:

IFAL: Batalha, Maceió, Marechal Deodoro, Satuba, Piranhas, Murici e Santana do Ipanema.

UFAL: Maceió (prédio da reitoria), Arapiraca, Delmiro Gouveia e Palmeira dos Índios

Escolas estaduais: Água Branca (1), Arapiraca (4), Delmiro Gouveia (1)

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