Aeroporto de Brasília

Em depoimento à PF, executivo cita propina na Infraero

Augusto Ribeiro de Mendonça, da Toyo Setal, relatou pagamento em troca de um contrato para obras no Aeroporto de Brasília

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O executivo Augusto Ribeiro de Mendonça, da Toyo Setal, relatou à Polícia Federal possível pagamento de propina na Infraero, em troca de um contrato para obras no Aeroporto de Brasília.

Em depoimento prestado no último dia 30 de outubro, no âmbito da Operação Lava Jato, Mendonça disse que, 12 anos atrás, foi informado por um dos acionistas da Construtora Beter, contratada pela estatal para fazer instalações elétricas no terminal, de que haveria pagamento de “comissões” ao ex-presidente da Infraero Carlos Wilson. Morto em 2009, Wilson dirigiu a estatal entre 2003 e 2006.

A Beter subcontratava, na época, a construtora PEM, de propriedade de Mendonça, para executar as obras em seu lugar. A necessidade de pagar propina ao dirigente, segundo ele, foi usada pelo acionista da Beter para que sua empresa desse desconto nos serviços que faria.

“O declarante foi informado por um dos acionistas da Beter, responsável pelo contrato acima, de que haveria um pagamento de ‘comissão’ e uma combinação na forma de contratação no âmbito da Infraero, por meio do presidente à época, Carlos Wilson”, diz transcrição do depoimento.

O executivo da Setal aceitou colaborar com as investigações, em troca de redução de pena após a deflagração da Lava Jato. Questionado, ele afirmou, contudo, não saber se o pagamento de propina ao ex-dirigente se efetivou, pois seu contato era apenas na Beter.

“(O declarante diz que) não possui nenhum elemento concreto acerca do suposto pagamento de comissão para ‘Carlos Wilson’, pois isso se deu exclusivamente dentro da Beter, e não houve detalhamento sobre como se dava a suposta combinação na forma de contratação e do pagamento das comissões”, disse.

O “Estado” procurou a Infraero, que ainda não se pronunciou. Representantes da Beter não foram localizados. (Fábio Fabrini e Talita Fernandes/AE)

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