Pagamentos adiados

Em crise, Estados dão calote em fornecedores e servidores

Com aumento da despesa e queda da receita, calote virou regra

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Com uma dívida acumulada nos primeiros quatro meses deste ano em R$ 11,4 bilhões, os governadores estão atrasando os pagamentos de funcionários e de fornecedores. As despesas correspondem a serviços que foram prestados e a produtos já entregues. O calote virou regra entre os chefes dos Executivos, com o aumento das despesas e da queda abrupta das receitas.

Os Estados e municípios não conseguem recorrer ao mercado financeiro para tapar o buraco orçamentário. As operações de crédito sem autorização do Tesouro estão proibidas desde os anos 1990. A única alternativa para a maioria tem sido adiar os pagamentos.

Esses passivos, no entanto, não têm relação com a dívida dos Estados com a União, que somava R$ 427 bilhões até o fim do ano passado. Para amenizar o problema, o governo federal tenta negociar as condições de pagamento, mas o projeto precisa ser aprovado no Congresso.

Para secretários de Fazenda, a culpa da crise é do governo federal, dos juros e das desonerações de impostos feitas pela União. Mais de 10 Estados estão atrasando os pagamentos.

Crise no Rio

O caso que ganhou maior repercussão foi o do Rio de Janeiro. Às vésperas das Olimpíadas, com greves de servidores, foi decretado estado de calamidade financeira. O funcionalismo recebeu apenas em julho os salários referentes a maio, parcelados em duas vezes. 

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