Operação Calicute

Diretora da H.Stern ia à casa de Cabral levar joias pagas com dinheiro vivo

À PF, Maria Luiza Trotta cita 'homem da mala' do ex-governador

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Segundo depoimento de Maria Luiza Trotta, diretora comercial da H.Stern, à Polícia Federal, o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) e sua esposa, Adriana Ancelmo, pagavam com dinheiro vivo ‘seleção’ de joias, anéis de brilhante e pedras preciosas.

Em depoimento, no âmbito da Operação Calicute, que prendeu o ex-governador do Rio de Janeiro na última semana, Maria Luiza disse que levava as joias na residência de Cabral e que o dinheiro em espécie era levado a uma loja da joalheria, em Ipanema, por Carlos Miranda – apontado como o ‘homem da mala’ do peemedebista.

“Chegou a vender joias no valor de até R$ 100 mil a Sérgio Cabral, tais como anéis de brilhante ou outros tipos de pedras preciosas, sendo o pagamento ainda que em tais quantias realizado em dinheiro”, diz trecho do depoimento.

No dia da prisão do ex-governador do Rio, em 17 de novembro, a PF exigiu de Luiza Trotta em 24 horas ‘todas as cópias de notas ficais de venda realizadas entre H.Stern e Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo’.

“Todas as joias tinham certificados que eram entregues a Sérgio Cabral e/ou esposa, sendo certo que a empresa não guarda cópia de tais certificados por questão de confidencialidade”, declarou. A diretora não soube informar sobre a emissão de notas fiscais.

No depoimento, a diretora da H.Stern disse ainda que passou a atender Cabral ‘pessoalmente’ quando ele ainda estava no comando do Governo do Rio, em 2013.

Em depoimento à PF, no dia em que foi preso, Sérgio Cabral declarou que ‘não se recorda’ das compras das joias.

Cabral é suspeito de comandar um esquema de R$ 224 milhões em propinas. Os valores, segundo investigação do Ministério Público Federal, saíram de obras de empreiteiras contratadas pelo governo do Estado. O Ministério Público Federal aponta que o ex-governador recebeu 5% sobre os valores dos contratos durante seus dois mandatos, entre 2007 e 2014.

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