Dilma se livra de Patriota e nomeia o homem da Rio+20

Após mais uma bronca, ele foi demitido e Luiz Alberto Figueiredo o substituirá

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A presidenta Dilma Rousseff acaba de demitir o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, como consequência dos problemas causados pela omissão do próprio chanceler, no caso do asilo político do senador boliviano Roger Pinto Molina, que permaneceu durante 452 dias asilado na embaixada brasileira em La Paz.

A falta de iniciativa de Patriota levou o encarregado de negócios em La Paz, ministro conselheiro Eduardo Saboia, a tomar a iniciativa de conduzir o senador até Corumbá )MS), em uma viagem de 1.600 quilômetros na companhia também do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado.

A presidenta Dilma sempre manifestou muito pouco apreço pelo chanceler Patriota, a tal ponto de tratá-lo com desdém e à base de broncas humilhantes. Ela não o demitiu antes por considerar que os diplomatas têm a mesma têmpera do ex-chanceler.

Diplomata que se destacou no Instituto Rio Branco, de inteligência sempre destacável, Patriota se revelou um ministro das Relações Exteriores medíocre e tímido. Seu estilo submisso irritava Dilma, que chegou a dar uma bronca nele diante de jornalistas que cobriam a visita dela aos Estados Unidos, em 2012, que, mal negociada, foi considerada a menos importante de um presidente brasileiro aos Estados Unidos nos últimos 50 anos.

Para substituir Patriota, Dilma designou o embaixador Luiz Alberto Figueiredo, que chefia a missão brasileira junto à Organização das Nações Unidas. Aos 58 anos, Luiz Alberto Figueiredo Machado nasceu no Rio de Janeiro e é formado em direito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Ele ingressou no Itamaraty em 1980 e, no mesmo ano, iniciou atuação nas Nações Unidos como diplomata assistente. Durante a carreira diplomática, representou o Brasil em várias reuniões internacionais sobre mudança climática. Figueiredo Machado foi o negociador-chefe da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho do ano passado, no Rio de Janeiro. Na ocasião, ele se destacou pela habilidade e conquistou a confiança da presidenta Dilma Rousseff pela disposição em negociar pacientemente com os que resistiam a acordos na Rio+20.

Talvez porque considerar que “diplomatas são todos a mesma coisa”, Dilma decidiu designar Patriota para o lugar do futuro chanceler, na chefia da missão brasileira na ONU, em Nova York. A mulher dele é americana.

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