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Governo breca CPI da Copa

Dilma aciona Ideli Salvatti para sufocar CPI que poderia afetar reeleição

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Preocupada com a queda drástica de popularidade  nas últimas pesquisas de intenção de voto, a presidente Dilma Rousseff tenta impedir a criação de Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar os gastos públicos com a Copa do Mundo de 2014. O governo teme que novas denúncias aumentem o desgaste da petista, o que poderá dificultar sua reeleição em 2014.

Na tentativa de naufragar as investigações, a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) disparou telefonemas a líderes da base aliada, desde a manhã desta quarta-feira (3), para pressionar os parlamentares a retirarem assinatura do requerimento que solicita a criação da comissão de inquérito.

O deputado Izalci (PSDB-DF), que está coletando as assinaturas, pretende divulgar ainda nesta semana, nas redes sociais e blogs, o nome de todos os deputados e senadores — por Estado e partido — que pediram a criação da CPI, para que a população acompanhe e cobre. “Sei que a pressão do governo é grande, por isso vou colocar os nomes na internet, para que as redes pressionem os parlamentares a não voltarem atrás”, declarou.

De acordo com o tucano, o único partido que não assinou até agora o requerimento foi o PTB. “Eles querem discutir antes na bancada”, explicou Izalci, que garante ter apoio de todos os partidos da oposição e também de parlamentares da base aliada, inclusive do PT.

O alto custo das obras para a Copa de 2014 — em detrimento dos baixos investimentos em áreas essenciais como educação, saúde, segurança e transporte — foi um dos principais motivos da onda de manifestações que tomou o país no último mês. Segundo estimativa do próprio governo federal, os gastos para a realização do amistoso mundial no Brasil aumentaram em cerca de 10% e deverão chegar a R$ 28 bilhões.

A presidenta Dilma e o presidente da Fifa, Joseph Blatter, foram alvos de uma sonora vaia durante a abertura da Copa das Confederações, no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília. A rejeição da torcida motivou a presidente a faltar à final Brasil x Espanha, que aconteceu no último domingo, no Maracanã.

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