Impeachment

Dilma paga preço desproporcional, afirma New York Times

Jornal americano questiona motivos para o empenho do impeachment

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O jornal americano The New York Times chama atenção em editorial publicado nesta quinta-feira, 12, para o "preço desproporcionalmente grande por irregularidades administrativas" que a presidente afastada Dilma Rousseff deve pagar, já que as pedaladas fiscais foram cometidas por outros governantes sem que nunca fossem consideradas crime. 

A publicação, que no texto defende novas eleições caso o impeachment se concretize, questiona as reais motivações para o processo uma vez que "muitos dos políticos que estão orquestrando sua deposição foram atrelados a um grande esquema de propina e outros escândalos".

O editorial cita nominalmente o presidente interino Michel Temer e o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e sublinha as acusações que pesam contra os dois.

O NYT lembra ainda que o companheiro de chapa de Dilma pode vir a se tornar inelegível por oito anos caso o Tribunal Superior Eleitoral ateste que houve financiamento irregular de sua campanha, e que Cunha, um dos parlamentares mais empenhados na deposição de Dilma, é réu em processo de corrupção, motivo que levou o Supremo Tribunal Federal a afastá-lo de seu mandato no Congresso Nacional. Com isso, levanta a ideia de que "os líderes brasileiros podem achar mais fácil removê-la para retomar a política de pagamento de propinas. Isso seria indefensável".

O jornal americano chega a afirmar que, por tais argumentos, "esta crise política está a minar a fé na saúde na jovem democracia" do Brasil.

O The New York Times lembra também que o surto do zika vírus às vésperas da realização dos Jogos Olímpicos piora o quadro de incertezas. Assim, as novas eleições seriam a melhor solução, sugerindo que Congresso Nacional poderia garantir tal desfecho. "Eles (os detratores de Dilma) podem se dar conta em breve que grande parte da ira da população focada na presidente será redirecionada a eles", finaliza o texto assinado pelo conselho editorial do jornal.

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