Suposto desvio de dinheiro

Deputados do PT baiano na mira do Conselho de Ética

Conselho de Ética deve instaurar processo contra deputados do PT

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O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar deve instaurar nesta terça-feira processos contra os deputados Afonso Florence, Rui Costa e Nelson Pelegrino, todos do PT baiano. Após a abertura dos processos, serão sorteados os relatores. Costa foi eleito governador da Bahia; Florence e Pelegrino foram reeleitos para a próxima legislatura.

As representações contra os parlamentares foram protocoladas pelo PSDB e pelo DEM no dia 16 de outubro. No documento, os dois partidos citam denúncia publicada pela revista Veja no dia 24 de setembro sobre o suposto envolvimento dos deputados no desvio de dinheiro destinado à construção de 1.120 casas populares para famílias de baixa renda.

A operação teria desviado R$ 17,9 milhões do Fundo de Combate à Pobreza desde 2004, com a participação da ONG Instituto Brasil. Segundo a presidente da ONG, Dalva Paiva, ?o instituto recebia os recursos, simulava a prestação do serviço e carreava o dinheiro para os candidatos do partido?. Segundo ela, ?se o acordo pagava pela prestação de mil casas, por exemplo, o instituto erguia apenas 100?. A ONG encerrou as atividades em 2010.

De acordo com a denúncia, parte dos recursos teria sido usado na formação de caixa 2 para financiar a campanha dos deputados baianos. Outra parte, para sustentar militantes petistas que passavam por dificuldades financeiras. O senador Walter Pinheiro (PT-BA) também é citado na acusação.

À revista Veja, os acusados negaram as acusações e se limitaram a admitir a existência de uma relação ?institucional? com Dalva. Nelson Pelegrino disse ter tido uma irmã que trabalhou na ONG, mas que ela tinha deixado a instituição ?quando descobriu como eram as coisa lá?. O deputado Afonse Florence disse que nunca pegou o dinheiro de Dalva e não tem conhecimento dos pagamentos.

Expectativa de arquivamento

Em entrevista à Agência Câmara nesta segunda-feira (3), Afonso Florence disse estar confiante de que o conselho irá arquivar a denúncia. ?O Conselho de Ética não vai aceitar abrir processo porque é uma calúnia. A suposta denunciante foi investigada pelo Ministério Público em 2010 e foi indiciada, responde a 17 processos e, por isso, não desfruta de nenhuma credibilidade?, afirmou. Para ele, a denúncia tinha caráter eleitoreiro.

Os deputados Rui Costa e Nelson Pellegrino também foram procurados pela reportagem, mas não foram encontrados.

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