Voo Brasília-Rio

Deputado pede informações a ministro sobre ataque contra Míriam Leitão

A jornalista foi agredida verbalmente por simpatizantes do PT em voo Brasília-Rio

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O deputado Sóstenes Cavalcante pediu esclarecimentos ao ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella Lessa, sobre a situação envolvendo Miriam Leitão. No último dia 3, a jornalista foi agredida verbalmente por simpatizantes do PT em voo Brasília-Rio. Segundo ela, ‘foram duas horas de gritos, xingamentos e palavras de ordem’.

Baseado no artigo 50, parágrafo 2º, da Constituição Federal, e no artigo 115, inciso I, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, o deputado pediu informações sobre o episódio. Segundo o parlamentar, “a gravidade do relato diz respeito não somente a uma situação de ameaça real à segurança de um voo comercial, mas também um ataque inadmissível a uma profissional de imprensa, incompatível com um regime de normalidade democrática”.

Para Cavalcante, o caso necessita de ‘imediata apuração dos fatos’, com a identificação dos agressores, além dos que deixaram de cumprir seu dever de ofício, permitindo a continuidade das agressões, ‘bem como em relação à empresa de aviação, sem embargo da apuração de falhas funcionais de agentes públicos eventualmente envolvidos por ação ou omissão no episódio’.

No requerimento, o deputado pede a relação integral de passageiros embarcados no voo 6237, da Aviança, no dia do ocorrido. Além da identificação dos passageiros e lugares ocupados na aeronave.

O parlamentar solicita ainda a relação integral dos tripulantes e suas respectivas funções, o diário de bordo, os relatórios de ocorrências dos aeroportos do Rio e de Brasília que mencionem o ocorrido e relatórios das torres de controle dos aeroportos que mencionem o episódio.

“Ante à gravidade da situação descrita, requeremos as providências para o encaminhamento do presente pedido de informações à autoridade competente (ministro), a quem encontram-se subordinadas a Secretaria de Aviação Civil e suas vinculadas, ANAC e Infraero”, completou Sóstenes Cavalcante.

Ataque

Míriam Leitão relatou em sua coluna no jornal ‘O Globo’ de ontem (13) o ocorrido, no último dia 3. "Foram duas horas de gritos, xingamentos, palavras de ordem contra mim e contra a TV Globo", escreveu.

"Não eram jovens militantes, eram homens e mulheres representantes partidários. Alguns já em seus cinquenta anos. Fui ameaçada, tive meu nome achincalhado e fui acusada de ter defendido posições que não defendo", acrescentou. Segundo a jornalista, ela foi ameaçada, xingada e chamada de "terrorista" durante a viagem por cerca de 20 pessoas.

Míriam termina sua coluna afirmando que não acha que "o PT é isso", mas repetindo que "os protagonistas desse ataque de ódio eram profissionais do partido". A jornalista diz que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva citou, mais de uma vez, seu nome em comícios e reuniões do partido. "Como fez nesse último fim de semana. É um erro. Não devo ser alvo do partido, nem do seu líder", escreveu.

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