Novo ministro da Justiça

Delegados apoiam Serraglio, mas já pedem 'fortalecimento' da PF

Maior desafio será solucionar a crise de segurança pública, dizem

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No dia em que a Polícia Federal deflagrou a Operação Blackout lançando pesadas suspeitas sobre dois supostos operadores de propinas do PMDB – os lobistas Jorge e Bruno Luz, que teriam distribuído parte de US$ 40 milhões em propinas a senadores do partido -, o presidente Michel Temer escolheu um deputado federal da legenda, Osmar Serraglio (PR), para o cargo de ministro da Justiça e da Segurança Pública. A PF é atrelada à Pasta.

Em nota pública, a Associação Nacional dos Delegados da PF – principal entidade de classe dos delegados federais – assinala que ‘o deputado tem como principal desafio encontrar soluções rápidas para crise de segurança pública que atinge todo o país’.

“À frente do Ministério da Justiça, Serraglio terá como principal desafio encontrar soluções para acabar com a crise generalizada de segurança pública vivida pelo país’.

A Associação não cita a Operação Lava Jato, nem a Blackout – que mira os dois operadores de propinas para senadores do partido de Serraglio -, mas aproveita para reivindicar uma estrutura mais encorpada para a Polícia Federal. “Será necessário fortalecer a Polícia Federal e demais órgãos de combate ao crime organizado e à corrupção”, sugerem os delegados.

A nota, subscrita pelo presidente da entidade, Carlos Eduardo Sobral, destaca que Serraglio foi relator da CPMI dos Correios, investigação que levou ao Mensalão – primeiro grande escândalo do governo Lula.

“Respeitado deputado federal e professor de Direito, Serraglio foi relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, cujas apurações resultaram na descoberta do escândalo do Mensalão”, diz o texto.

Sobral observa que o escolhido para dirigir o Ministério da Justiça preside desde o ano passado a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), ‘considerado o colegiado mais importante da Casa’. (AE)

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