Conselho de Ética

Defensores de Cunha lembram caso do Professor Luizinho

Parlamentar teve o mandato cassado e depois foi absolvido no STF

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O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), deu início há pouco à discussão do parecer do deputado Marcos Rogério (PDT-RO) que pede a continuidade do processo contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.

O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) disse que Cunha deve ser julgado apenas por ter omitido o fato de ser beneficiário de truste no exterior. Para ele, a presidente Dilma Rousseff deveria ser punida por ter mentido durante as eleições. O deputado Zé Geraldo (PT-PA) rebateu: “Ela não tem conta na Suíça”. E Marun respondeu: “Não tem ou não procuraram.”

Carlos Marun defendeu o presidente Eduardo Cunha e disse que a cassação do seu mandato seria um exagero. Para ele, delação premiada não pode ser usada como prova. “A cassação para nossos políticos é uma pena de morte. Ao cassar um parlamentar, estamos matando esse homem público. Não podemos ser sanguinários diante de algo que não existe”, argumentou.

Marun disse ainda que o governo tem interesse no assunto: “A derrota do deputado Eduardo Cunha seria uma vitória do governo. E este governo foi eleito com um discurso mentiroso”.

O deputado Manoel Junior (PMDB-PB) lembrou que o ex-deputado Professor Luizinho foi cassado por suposto envolvimento no mensalão e, depois, inocentado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Quem repara as perdas morais do Professor Luizinho, as sequelas na relação com a família?” questionou.

Segundo o parlamentar, seu objetivo é sair do colegiado com a consciência tranquila e o dever cumprido de não condenar ninguém sem provas.

O deputado Wellington Roberto (PR-PB) apresentou voto em separado pela não admissibilidade do processo contra Cunha. Segundo ele, a atitude correta seria não admitir a continuidade do processo contra Cunha, para não correr o risco de punir um inocente. Wellington Roberto teve a palavra cortada ao fim dos 20 minutos e protestou porque ainda não havia terminado a leitura do voto, mas o presidente do Conselho disse que acolheria o voto em separado apresentado por ele.

O deputado Paulo Azi (DEM-BA) questionou se o presidente pretende colocar o em pauta o voto em separado de Roberto, caso o relatório do deputado Marcos Rogerio (PDT-RO) seja rejeitado. Araújo informou que, se for rejeitado o parecer de Marcos Rogério, ele indicará outro deputado para apresentar o parecer vencedor.

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