CPI pedirá à PF e Interpol prisão de lobista Faerman
Comissão não consegue notificar Julio Faerman para depor
O presidente da CPI da Petrobrás na Câmara, Hugo Motta (PMDB-PB), notificará nesta quarta-feira, 20, a Polícia Federal e a Interpol de que o lobista Julio Faerman, representante da SBM Offshore no Brasil, encontra-se foragido e deve ser preso. O pedido da prisão foi assinado na noite desta terça-feira, 19.
"Tentamos notificá-lo e isto não foi possível. Vamos pedir que ele, em sendo encontrado, seja preso e conduzido coercitivamente para depor na CPI", afirmou Motta. Faerman deveria ter sido ouvido na comissão no dia 26 de março, mas não foi encontrado. A empresa holandesa aluga navios-plataforma para petroleiras.
Para Motta, o depoimento o depoimento do ex-executivo do SBM Offshore Jonathan David Taylor, coletado por membros da CPI em Londres incriminou ainda mais Faerman. "Ele passa a ser uma pessoa fundamental para explicar como se dava esse esquema de pagamento de propina a funcionários da Petrobrás pela empresa holandesa."
Para pressionar Faerman a se entregar, os deputados devem votar nesta quarta requerimentos para convocar Marcelo Faerman, filho do lobista, e Luiz Eduardo da Silva, sócio dele em quatro empresas.
Em depoimento a procuradores federais, no fim do ano passado, o ex-gerente executivo da Diretoria de Serviços da Petrobrás Pedro Barusco falou sobre denúncias pagamento de propinas a funcionários da estatal brasileira pela SBM Offshore. Os investigadores suspeitam que ele seria o repassador de propinas para ex-funcionários da Petrobrás. Faerman teria recebido, no período de 2005 a 2011, US$ 127 milhões em comissões da empresa holandesa e repassado parte a funcionários da Petrobrás em troca de contratos de aluguel de plataformas flutuantes. Na época, a defesa de Faerman negou que seu cliente tenha feito pagamentos de propinas e afirmou que ele é apenas representante comercial da empresa no Brasil. (AE)