'Repactuação'

Com ex-tesoureiro na cadeia, PT quer mudar sua direção

Manobra pretende contornar momento de crise do partido

acessibilidade:

Com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto na cadeia, por seu envolvimento nos crimes de corrupção investigados pela Operação Lava Jato, setores do partido se mobilizam para abreviar o mandato da sua atual direção, presidida por Rui Falcão, cujo mandato vai até 2017, e substituí-la ainda neste ano. o grupo, ligado à facção majoritária "Construindo um Novo Brasil (CNB)", tem sido incentivado pelo ex-presidente Lula e poderá ocorrer no 5º Congresso Nacional do PT, em junho, na cidade de Salvador. Os objetivos são "repactuar" o partido, no momento em que a legenda enfrenta sua pior crise, e reconstruir a relação com o governo Dilma Rousseff.

A ideia inicial de Lula é manter apenas o presidente, e substituir os demais 19 integrantes da Executiva Nacional. A insatisfação do ex-presidente com a atual direção foi manifestada logo após a reeleição de Dilma. Ele avalia que a criação de regras para adoção de cotas para jovens, mulheres e negros em todas as instâncias partidárias resultou no rebaixamento do perfil da direção, que agora deve ser reforçada com nomes de peso e experiência política que hoje estão distantes das tomadas de decisões da legenda.

Entre os nomes citados estão os dos ex-titulares da Secretaria-Geral da Presidência da República Luiz Dulci e Gilberto Carvalho. Também são lembrados o atual ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, e o titular da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva, além do assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia. Todos já foram sondados para dirigir o PT, mas declinaram.

Em reunião com assessores do Instituto Lula, semanas atrás, o ex-presidente pediu sugestões de ex-governadores e ex-prefeitos de grandes cidades, ex-parlamentares, dirigentes sindicais, líderes de movimentos populares e intelectuais petistas. "Quero que cada um me traga uma lista com dez nomes até amanhã", pediu Lula, segundo relatos. O ex-presidente, no entanto, não cobrou a relação dos auxiliares.

De acordo com a atual legislação eleitoral brasileira (resolução TSE 23.610/2019), sites de notícias podem ser penalizados pelos comentários em suas publicações. Por esse motivo, decidimos suprimir a seção de comentários até o fim do período eleitoral.