Corrupção

Com a prisão de 'patrocinadores', Lula acha que é o próximo alvo

Prisão de amigos empreiteiros deixa o ex-presidente tenso

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O ex-presidente Lula ficou ainda mais preocupado com a própria sorte, após a prisão dos presidentes da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e da Andrade Guiterrez, Otávio Marques de Azevedo. Ele disse a amigos que esse fato demonstra que ele será o próximo alvo da Operação Lava-Jato, que investiga corrupção na Petrobras.

O ex-presidente está apavorado por não ter foro privilegiado. Ele menciona o temor de ser chamado a depor a qualquer momento, mas o maior medo dele é vir a ser preso mesmo. Ele não entende por que o caso ainda está sob o comando do juiz Sergio Moro. A prisão de Odebrecht e Azevedo colocou a cúpula do PT em “estado de alerta” porque são conhecidas as relações entre essas empresas e o financiamento de campanhas do PT, bem como com o pagamento de propinas a políticos do partido.

A própria Odebrecht, por seu presidente preso, admite haver patrocinado viagens do ex-presidente ao exterior para tentar fomentar negócios na África e na América Latina. Mas as suspeitas é de que as relações financeiras com Lula seriam muito mais profundas e comprometedoras. Um dos presos pela Polícia Federal é Alexandrino Alencar, executivo destacado pela Odebrecht para atuar como "resolvedor de demandas" do ex-presidente, inclusive acompanhando-o nas viagens patrocinadas pela empreiteira. 

O líder e fundado do PT já procura outros culpados. Nessas conversas com amigos, vazadas para jornalistas, ele reclamou da "inércia" da presidente Dilma para "conter" os danos causados pelas investigações sobre o escândalo. Ele acusa o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) de convencer Dilma de que para o governo o impacto político da operação é modesto.

No Palácio do Planalto, apesar da intenção dos assessores em manter Dilma afastada do estrago provocado pela Operação Lava Jato, o sentimento é que todo este processo acaba por desestabilizar o governo, já com baixa popularidade.

Ministros avaliam que, mesmo com a Lava Jato cercando Lula, não há como o escândalo não respingar em Dilma. Além disso, o governo teme que, com a prisão dos executivos das maiores empreiteiras do País, obras sejam paralisadas e o desemprego aumente.

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