Vai encarar STF

Ciço nega renúncia como estratégia contra ação do lixo

Prefeitável réu na "Máfia do Lixo" descarta estratégia jurídica

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O deputado federal Cícero Almeida (PMDB-AL) viu na expectativa de chegada do advogado Nabor Bulhões à capital alagoana, nesta segunda-feira (15) a oportunidade de discutir estratégias de seu depoimento na ação penal da Máfia do Lixo, marcado para o dia 1º de setembro, no Supremo Tribunal Federal (STF). O candidato a prefeito de Maceió apoiado pelo presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB) confirmou ao Diário do Poder que deve conversar com seu advogado e receber orientações, mas descartou os rumores de que, entre as estratégias, estaria a renúncia ao mandato na Câmara Federal para atrair o foro de volta para o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) e adiar um desfecho.

Ao negar a procedência da suposta renúncia ao mandato de deputado federal que foi tema de debate nos bastidores políticos no último final de semana, o ex-prefeito popularmente conhecido como Ciço lembrou do processo eleitoral de infidelidade partidária movido pelo presidente nacional do partido pelo qual foi eleito em 2014, Levy Fidelix, do PRTB. E reafirmou que segue confiante de que não será condenado, nem no STF, nem no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Não, não, não! De jeito nenhum! Não há nenhuma possibilidade de renúncia. Até porque o mandato de deputado foi conquistado com muito trabalho. E no dia 3 de outubro eu vou estar em Brasília, retomando meu mandato e minha condição de deputado federal. E, logicamente, no final de semana, trabalhando aqui a transição, se o processo for vitorioso. Se não for, voltarei e vou tentar cumprir o meu mandato na íntegra”, respondeu o ex-prefeito.

Ao seu estilo, Cícero Almeida finalizou sua resposta ao Diário do Poder falando de sua fé e de predestinação pessoal. “O que é de Deus ninguém toma. E o mandato veio de Deus e do povo. Não adianta o homem tentar insistir e tomar. Não vai fazer. Eu sou e me orgulho muito de ser um projeto de Deus. E o que for da vontade dele, vai acontecer. Essa conversa de renúncia está totalmente descartada. Nem tão pouco foi orientada por ninguém, nem por nenhum advogado. Até porque, a consciência continua mais tranquila do que nunca”, concluiu Cícero Almeida.

Desgaste

Em plena campanha eleitoral, Ciço terá de encarar um tema que não cheira bem para sua disputa contra a reeleição do prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB). Terá que dar uma pausa na intensa campanha para prestar contas ao STF sobre esquema que, segundo o Ministério Público (MP), produziu prejuízo de R$ 200 milhões em contratos de coleta de lixo forjados sob seu comando, quando prefeito.

Marcado para um mês antes do dia da eleição, o depoimento será intensamente desgastante para a disputa eleitoral, onde o ex-prefeito entra sob a desconfiança do eleitor sobre seu futuro como réu da Ação Penal 956.

As últimas declarações do candidato sobre as acusações mudaram de tom nas últimas semanas. Passou do ataque ao que chamou de “armação” do Ministério Público à necessidade de se defender das acusações. Agora, o candidato, assumindo a raiz cândida de sua nova condição, já fala no depoimento como uma oportunidade de defesa. Bem oportuna, por sinal.

 

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