DEPENDE DE RUI

Chances de Renan dependem da maior ameaça a seu grupo: Rui Palmeira

Calado, Rui Palmeira vira peça central das eleições de Alagoas

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Pela importância política que conquistou ao recusar uma aliança com Renan e se reeleger prefeito de Maceió-AL, em 2016, Rui Palmeira (PSDB), mesmo calado, é a principal peça do jogo eleitoral de Alagoas. O silêncio do prefeito tucano sobre sua decisão de disputar o Governo de Alagoas tem inquietado não apenas seus aliados.

Deputados estaduais do MDB e de outros partidos da base de apoio à reeleição do governador Renan Filho (MDB) estão interessados em aproveitar a janela partidária para definir se apoiam o prefeito rival do senador Renan Calheiros (MDB-AL), para obter maiores chances de reeleição.

A grande responsável pela chance de uma revoada de grandes proporções nas bases de apoio às reeleições dos Calheiros é a ausência de interesse do senador e do governador em atuar politicamente em favor da reeleição de seus aliados na Assembleia Legislativa de Alagoas, principalmente da bancada do MDB.

Mas alguns dos aliados de Renan ainda não responderam a convites e sondagens de partidos aliados de Rui Palmeira, porque temem ficar sem palanque, se o prefeito de Maceió não decidir renunciar ao mandato e não for candidato. Dificuldade que tem afetado as articulações de aliados do prefeito tucano no mesmo aspecto. "Há negociações com os partidos da base de Rui. Eles aceitam nosso ingresso, mas os deputados ficam inseguros", disse um dos deputados do MDB ao Diário do Poder

DEMOROU

O prefeito pode estar demorando a se decidir, o que pode ser uma vantagem para não desidratar suas chances de vitória no jogo duro de uma campanha antecipada. Mas a verdade é que os aliados de Renan perderam o time da mudança de lado, em troca de um espaço reduzido na máquina do governo de Alagoas, em comparação com o tratamento dado por Renan Filho a novos aliados que não haviam apoiado sua eleição, em 2014.

A insatisfação dos aliados de Renan emergiu dos bastidores em matéria do Diário do Poder, há um ano, quando a reportagem afirmou que Davi Davino Filho, Jairzinho Lira, Thaíse Guedes, Marquinhos Madeira, Galba Novaes, e até o líder do governo, Ronaldo Medeiros, preparavam uma revoada do então PMDB.

Depois da revelação do Diário do Poder, o governador mobilizou um de seus porta-vozes e sugeriu que todos negassem a insatisfação em uma contrainformação forjada na imprensa. Mas, hoje, parte desses parlamentares reafirma que o senador Renan aproveitou aquele momento para demonstrar força e prometer resolver dificuldades dos deputados junto ao governo do filho.

Mas a insatisfação dos aliados de Renan segue ainda muito grande, porque a prioridade do MDB continua sendo evitar a todo custo que uma derrota em outubro jogue o clã Calheiros num ostracismo de pelo menos quatro anos, com sérios riscos de enterrar a carreira política do ex-presidente do Senado e prejudicar o futuro de seu herdeiro político.

Para o deputado Isnaldo Bulhões (MDB), não há necessidade de preocupação com as chances de reeleição dos deputados aliados de Renan Filho. "Manteremos a maior bancada e teremos vários candidatos. E o campo de aliança é amplo. Não há redução de chances, porque a coligação será ampla", disse Isnaldo.

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