Testemunhas contra Lula

Cerveró, Youssef, Pascowitch e Baiano são ouvidos por Moro em ação contra Lula

Os quatro são testemunhas de acusação na investigação do pagamento de propina da Odebrecht para o ex-presidente Lula

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Nesta sexta-feira, 26, o juiz federal Sérgio Moro ouviu quatro testemunhas de acusação no processo que apura o pagamento de propina da Odebrecht ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foram ouvidos os lobistas Fernando Falcão Soares e Milton Pascowitch e o ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró. Todos como testemunhas de acusação.

A ação penal tem Lula como réu por supostos recebimentos de vantagens indevidas vindas da Odebrecht, obtidas por meio da compra de um terreno, localizado em São Bernardo do Campo, Grande São Paulo, e um apartamento no mesmo prédio e andar em que o ex-presidente reside.

Nestor Cerveró

Condenado três vezes na Lava Jato e respondendo por crimes como corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Nestor Cerveró contou como chegou ao cargo de diretor da Área Internacional da Petrobras e informa a movimentação da bancada do PMDB para tirá-lo do cargo no final de 2007.

“Uma série de pessoas se movimentou para tentar impedir a minha substituição na diretoria. Uma dessas pessoas foi o doutor Zé Carlos Bumlai, que se interessou e fez alguns contatos, inclusive com o atual presidente Temer, que, à época era deputado”, disse.

O ex-diretor também menciona o contato que Bumlai fez com o presidente Michel Temer e uma ida ao escritório em São Paulo, para a realização de reunião. “O doutor Temer foi muito gentil, mas ele me deu a informação de que não podia ir de encontro ao desejo do PMDB de Minas, que estava fazendo muita pressão para ocupar o cargo”, relatou.

Quando questionado, pelos advogados de Lula, sobre sua colaboração em outro país, Nestor Cerveró não quis responder afirmando ser questão de sigilo.

Fernando Soares

Também conhecido como Fernando Baiano, confirmou em seu depoimento tudo o que já havia dito nos anteriores, contou da relação de amizade que mantinham com Paulo Roberto Costa, para quem intermediava pagamentos das empreiteiras Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão.

Afirmou negociação com integrantes da diretoria Internacional da Petrobras o pagamento de propina ao PMDB e PT, sendo os pagamentos do segundo partido solicitados por Nestor Cerveró, destinados ao senador Delcídio do Amaral.

Pagamentos a Renan Calheiros, Jader Barbalho e Romero Jucá, todos peemedebistas, estão entre os citados. Eles seriam realizados em troca de apoio para manter Cerveró na diretoria da estatal.

Alberto Youssef

O doleiro em acordo de colaboração premiada, e que também presto depoimentos como testemunha de acusação nesta sexta-feira, confirmou informações prestadas anteriormente, em 25 de novembro de 2016, quando falou em uma ação da Lava Jato.

Youssef reafirmou a participação da Odebrecht no cartel de empreiteiras que atuavam dentro da Petrobras e responsável pelo pagamento de propina com o ex-executivo da empresa Márcio Faria. O pagamento das obras relacionadas à Diretoria de Abastecimento da Petrobras realizados em nome da Odebrecht também foram confirmados. Eles aconteciam no Brasil e também no exterior.

Youssef informou que, dentro do país, os pagamento eram realizados com dinheiro vivo, no escritório dele e os beneficiários iam até o local para receber ou ele enviava até suas casas, em Brasília.

O delator falou ainda, sobre as contas usadas para o recebimento de dinheiro no exterior e afirmou serem de terceiros. Os pagamentos da Odebrecht não eram efetivados por contratos simulados.

Milton Pascowitch

O delator também confirmou informações prestadas na mesma data que Youssef, em 25 de novembro de 2016, em ação penal onde o ex-presidente ula também era acusado.

Pascowitch reafirmou sua intermediação em pagamentos de vantagens indevidas em contratos da Engevix com a Petrobras, todas direcionadas ao ex-ministro José Dirceu e ao grupo político de ligação.

"Minha atuação junto com o grupo Engevix era após a licitação. Com exceção da área offshore, onde aí sim eu tive participação prévia, ou seja, eu trabalhei junto com a Engevix na elaboração de proposta pros cascos replicantes, de proposta pra venda de sondas pra SeteBrasil", declarou.

Também parte do depoimento, foi a afirmação que, desde 2009 – após licitaão dos cascos replicantes e de valores vultosos – o ex-diretor da área de Serviços Renato Duque lhe apresentou o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, com quem deveria acerta as vantagens indevidas do partido

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