Após chantagem pegar mal

Carlos Marun diz que pedirá 'apoio de todos' para reforma da Previdência

Ministro rechaçou condicionamento de liberação de crédito à apoio

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O ministro da secretaria de Governo, Carlos Marun, comparou a nazistas aqueles que estariam propagando “duas mentiras” sobre sua recente fala que relaciona o apoio à reforma da Previdência à liberação de crédito dos bancos públicos. “É como o nazismo em que uma mentira que se repete à exaustão e se transforma em verdade”, disse Marun em evento ao lado do presidente da Caixa, Gilberto Occhi.

O ministro disse que há uma “trajetória de hipocrisia e mentira que tenta se estabelecer com muita força”. As mentiras estariam sendo determinadas pela propagação do discurso “politicamente correto”, disse.

Para Marun, a primeira mentira é que “a Caixa é só um banco como é o Bradesco”. “A Caixa existe para executar políticas públicas. Mente quem fala isso (que a Caixa é só um banco)”, disse.

“A outra mentira é que eu estaria chantageando, condicionando (a liberação de crédito dos bancos públicos)”, disse o ministro, que exortou que o acusa a “mostrar, separar naquela entrevista” sua fala sobre a chantagem. “Não vão achar”, disse. A uma plateia esvaziada para assinatura de contratos de financiamento de saneamento básico em quatro Estados, o ministro questionou os presentes no Ministério das Cidades: “Quem aqui foi procurado condicionando a liberação dos recursos à aprovação da Previdência? A verdade é que não está sendo condicionado”.

Apesar de rechaçar a hipótese de condicionamento da liberação de crédito à votação da Previdência , o ministro disse que o governo não deixará de pedir apoio à reforma em tramitação no Congresso. “Eu não abrirei mão de pleitear a todos os agentes essa ação, essa atitude de responsabilidade que é a aprovação da reforma da Previdência”, disse.

O governador Marconi Perillo (GO) saiu em defesa de Marun. Segundo ele, o governo do presidente Michel Temer é o que mais tem ajudado os Estados nos últimos anos e os governadores precisam demonstrar "reciprocidade". "Somente nessas duas últimas semanas, o Estado de Goiás está sendo beneficiado com R$ 800 milhões. Essas coisas nos empolgam, nos enchem de responsabilidade", afirmou Perillo. 

O presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, também rechaçou a hipótese de que o governo estaria chantageando governadores. "Ninguém está condicionando nada (à liberação de créditos). Nunca recebemos de ninguém condicionamento do Palácio do Planalto", disse o presidente do banco.

Occhi argumentou que o banco segue trabalhando para liberar mais recursos para projetos do setor público. "Estamos assinando contrato hoje e ainda vamos assinar contratos amanhã (sábado). Ainda é um último dia para empenhar, contratar", disse.

O governador Marconi Perillo (GO) saiu em defesa de Marun. Segundo ele, o governo do presidente Michel Temer é o que mais tem ajudado os Estados nos últimos anos e os governadores precisam demonstrar "reciprocidade". "Somente nessas duas últimas semanas, o Estado de Goiás está sendo beneficiado com R$ 800 milhões. Essas coisas nos empolgam, nos enchem de responsabilidade", afirmou Perillo. 

O governador de Goiás avaliou que Marun está correto ao "colocar questões das reformas" para os governadores. "Precisa colocar mesmo. Sem a reforma da Previdência, o Brasil vai quebrar. O Brasil vai falir se a gente não tomar decisões responsáveis", declarou. Segundo Perillo, Goiás possui hoje R$ 1 bilhão e meio de déficit previdenciário.

Perillo e Marun participam nesta sexta-feira da assinatura de 24 novos contratos de financiamento com empresas estaduais de saneamento básico. Ao todo, serão liberados R$ 951,26 milhões para Espírito Santo, Goiás, Pernambuco e Rio Grande do Sul. (AE)

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