Novo AGU

Cardozo usa discurso de transmissão de cargo para defender Dilma

Ex-ministro disse que a presidente é "intrinsicamente honesta"

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Em discurso durante cerimônia de transmissão do cargo de ministro da Justiça, nesta quinta-feira, 3, o ministro José Eduardo Cardozo mandou um recado indireto a setores do PT que fizeram pressão para sua saída da Pasta. Sem citar nomes, Cardozo afirmou ao novo ministro da Justiça, Welington César Lima e Silva, que, na jornada dele à frente do Ministério, "até pessoas que você julga sérias te retaliarão".

"Haverá momentos, não por má-fé, mas por incompreensão, que amigos dirão que você não fez aquilo que nunca deveria ter feito. Até pessoas que você julga sérias te retaliarão e se vingarão de você sem que nada de errado tenha acontecido. Situações dessa natureza certamente marcarão sua jornada no Ministério da Justiça", afirmou Cardozo ao novo ministro. "Às vezes, na vida pública brasileira, o que mais atrapalha são as virtudes e não os defeitos", emendou.

Em sua fala, Cardozo também saiu, mais uma vez, em defesa da presidente Dilma Rousseff. Sem citar a menção à presidente em suposta delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-MA), o ex-ministro disse que Dilma é uma mulher "intrinsecamente honesta" e que respeita a ética na política. Cardozo ressaltou que, nos cinco anos e dois meses em que esteve no comando da Pasta, jamais recebeu orientação da presidente para intervir nos trabalhos da Polícia Federal.

O ministro lembrou que teve a "honra" de participar das gestões da primeira mulher prefeita de São Paulo, a hoje deputada federal Luiza Erundina (PSB), e da primeira presidente da República do País. Segundo ele, embora com características pessoais e de vida distintas, as duas têm um ponto em comum: "ambas são mulheres intrinsecamente honestas, que respeitam a ética na política e que sofreram machismo na política pelo fato de serem mulheres".

Cardozo ressaltou ainda que, apesar das "tormentas", as duas gestões lhe trouxeram "grande tranquilidade". No caso do Ministério da Justiça, o ministro afirmou que, apesar de as relações da Pasta serem "tensas e problemáticas", a tranquilidade do trabalho se dá quando Dilma permitiu que ele atuasse de acordo com sua consciência, "sem transigir um milímetro suas convicções". "Tenho orgulho de dizer que em nenhum momento recebi orientação de intervenção na PF", disse. (AE)

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