Operação Lava Jato

Caixa vai abrir investigação interna sobre contratos

Em nota, banco anuncia abertura de apuração sobre denúncias

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A Caixa Econômica Federal informou nesta sexta-feira, 10, que abrirá uma investigação interna sobre as denúncias divulgadas pela Polícia Federal de repasses ilícitos de agência de publicidade contratada pela instituição para o ex-deputado petista André Vargas, preso pela Operação A Origem, 11.ª etapa da Lava Jato. Em nota, a Caixa reiterou que vai colaborar “integralmente” com as investigações.

A PF identificou “padrão semelhante” com o esquema do mensalão envolvendo agências de publicidade ligadas a Vargas. As agências subcontratavam produtoras do ex-petista. O bônus de 10% que deveria ser direcionado pelas produtoras para as agências de publicidade acabava pulverizado em propinas para políticos. No mensalão o mesmo procedimento foi adotado para repassar valores para parlamentares da base de apoio ao governo Lula.

Segundo a força-tarefa da Lava Jato, a agência de publicidade Borghierh Lowe Propaganda e Marketing Ltda., que administra contas publicitárias de entidades públicas como a Caixa Econômica Federal e o Ministério da Saúde, teria contratado serviços das empresas E-noise, Luis Portela, Conspiração, Sagaz e Zulu Filmes para a realização de serviços.

Essa agência teria solicitado pagamentos de comissões de bônus de volume nas contas das empresas Limiar e LSI, controladas por André Vargas e seus irmãos. Na nota de esclarecimento, a Caixa destacou que vai encaminhar “todos os contratos relacionados às empresas citadas à Controladoria Geral da União (CGU), Polícia Federal e Ministério Público Federal”.

O Ministério da Saúde informou que, a partir das informações reveladas pela PF, abriu apuração interna para analisar as denúncias de irregularidades e avaliar as medidas cabíveis. 

“Em relação à contratação de agências de publicidade, o Ministério esclarece que os contratos para a realização de campanhas de utilidade pública cumprem todos os requisitos exigidos na legislação de licitação (Nº 8.666 de 21 de junho de 1993). A última concorrência pública ocorreu em 2010 e selecionou quatro agências. Os contratos têm vigência de um ano, podendo ser renovado por até cinco anos”, diz a nota.

NOTA DE ESCLARECIMENTO DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

“A Caixa Econômica Federal informa que abrirá apuração interna para averiguar os fatos revelados hoje pela Polícia Federal no âmbito da investigação da Operação Lava Jato. A CAIXA reitera que colaborará integralmente com as investigações e informa que encaminhará imediatamente todos os contratos relacionados às empresas citadas à Controladoria Geral da União, Polícia Federal e Ministério Público.” (AE)

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