'Clube das empreiteiras'

Cade vai investigar 21 empresas por cartel na Petrobras

Grupo de construtoras atuou em contratos de R$ 35 bilhões

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O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), abriu um processo administrativo nesta terça-feira, 22, para apurar se 21 empresas e 59 pessoas, entre executivos e funcionários, aturam juntos no sistema de cartel na Petrobras.

Em 221 páginas, técnicos do Cade apontam "existência de indícios robustos de infração à ordem econômica" e afirmam que há elementos que apontam o cartel em pelo menos sete licitações da Petrobras, além de outras "potencialmente afetadas". Segundo o conselho, a soma dos contratos nos quais há evidência da atuação do chamado "clube das empreiteiras" é de R$ 35 bilhões.

Entre as obras estão a Refinaria do Nordeste (Rnest, também conhecida como Abreu e Lima) e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

Serão alvos do processo a Setal Óleo e Gás; Camargo Corrêa; Alusa Engenharia; Carioca Christiani Nielsen Engenharia; Andrade Gutierrez; Norberto Odebrecht; OAS; Queiroz Galvão; Engevi; Galvão Engenharia; GDK; Iesa; Jaraguá Equipamentos; Mendes Júnior; MPE Montagens e Projetos; Promom Engenharia; Schahin; Skanska; Techint; Tomé Engenharia e UTC.

Entre as pessoas que serão alvos do processo no Cade estão delatores da Lava Jato, como Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC, e Eduardo Leite, ex-vice-presidente da Camargo Corrêa.

A Camargo Corrêa é a única que tem acordo de leniência com o Cade – o órgão só aceita o acordo com a primeira empresa que o procura para revelar o esquema de corrupção em troca de benefícios. No caso da Petrobras, a Setal é a companhia que ficará livre de punição, ganhando imunidade, se, ao final do julgamento, o conselho entender que, de fato, houve colaboração para elucidar as irregularidades.

Em seu acordo, a Camargo Corrêa admitiu participação no cartel para licitações da Petrobras. A empresa concordou em pagar mais de R$ 104 milhões.

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