"House of Cards" pra trás

Brasil está cada vez mais perto de "Walking Dead", diz Financial Times

Seriado conta a saga de sobreviventes a um apocalipse zumbi

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O jornal britânico Financial Times afirmou em reportagem publicada em sua versão eletrônica que a realidade da política brasileira está deixando de ser protagonizada por políticos ardilosos e começa a parecer ser dominada por zumbis.

Para o jornal, Brasília deixa de parecer a trama política “House of Cards” e parece cada vez mais com a realidade dos zumbis de “The Walking Dead”, ao citar a batalha que envolve o impeachment da presidente Dilma Rousseff e a crescente insatisfação contra todos os políticos.

“A cena política em Brasília, que muitas vezes é comparada com a série da televisão norte-americana ‘House of Cards’ por sua complicada intriga política, está começando a parecer com a concorrente dos zumbis ‘The Walking Dead’”, diz do jornal.

A publicação destaca que cresce a insatisfação popular não apenas contra o governo Dilma, mas também contra todos os outros políticos. “Seja por causa do envolvimento em corrupção ou apenas pelo oportunismo cínico, os principais atores políticos no Brasil estão perdendo rapidamente a legitimidade aos olhos de um eleitorado cansado”, diz o FT, que destaca o avanço do movimento que pede novas eleições gerais e dá como exemplo os cartazes com a inscrição “Fora Todos” na avenida Paulista, em São Paulo, nos últimos dias.

O Financial Times também ressalta que não só a presidente da República tem acusações por manobras fiscais, mas vários outros nomes que estão na linha sucessória têm problemas na Justiça e o PMDB é amplamente acusado de participar do petrolão.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também foi citado pelo jornal, que lembrou que o peemedebista mantém contas na Suíça com dinheiro ilegal e que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), é igualmente envolvido em esquemas ilícitos. Para completar, o vice-presidente Michel Temer também deve ser alvo de processo de impeachment com igual acusação contábil que atinge a presidente Dilma.

“O problema é que, enquanto a ideia de uma limpeza geral seja atrativa, não há uma maneira constitucional clara para convocar novas eleições a não ser que a senhora Rousseff e o senhor Temer sejam impedidos, tenham seus mandatos anulados pelo Tribunal Superior Eleitoral ou renunciem. Com sinais de ambos de que não pretendem sair voluntariamente, é improvável que o impasse seja resolvido rapidamente”, ressalta a reportagem do jornal Financial Times. 

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