As salas secretas dos EUA
'Diário do Poder' localiza central de comunicações americana na capital
O governo dos Estados Unidos instalou há vários anos uma central de comunicações em duas salas, em um discreto edifício comercial no Setor de Mansões Dom Bosco (SMDB), no Lago Sul, em Brasília, agora sob suspeita de ter sido utilizada na espionagem a brasileiros revelada por Edward Snowden, ex-agente da NSA, Agência de Segurança Nacional do governo dos EUA. A central foi localizada pelo portal DiariodoPoder.com.br. Os imóveis foram alugados em 2002, na época em que as ações de espionagens dos agentes americanos em diversos países teriam começado, segundo Snowden.
A embaixada dos Estados Unidos mantém alugadas as salas para a central de ?comunicação de rádios?, segundo o responsável pelo setor na embaixada americana, Hector Torres confirmou ao Diário do Poder. Os escritórios são os únicos protegidos por grades, no comércio local, e com enormes antenas de transmissão na laje do prédio, cortinas fechadas e portas trancafiadas. As salas são ?fechadas 24h por dia, sem a presença de ninguém por lá?, como explicou um funcionário do prédio. O mesmo funcionário contou também que os americanos responsáveis pelas salas não pagam o aluguel ?há quase um ano?. Procurada pela reportagem do Diário do Poder, a proprietária do prédio Vivianne Davis garantiu que a embaixada vai regularizar a situação em breve.
Apesar de a embaixada americana ocupar um terreno de mais de 20 mil metros quadrados, as salas alugadas estão a 13 km de distância, sem identificação ou informações para contato. Segundo Hector Torres, os escritórios foram instalados no SMDB por estarem numa ?posição melhor para cobertura de rádio?. Procurado na embaixada, Torres afirmou que “foi o responsável pela instalação das salas de comunicações em 1998”. Nesse ano, segundo vizinhos, o prédio ainda não existia. Torres já havia servido na capital e voltou ao Brasil para ocupar o cargo de Information Programs Officer (IPO), o Oficial de Programas de Informação, que é o encarregado pelo centro de Programas de Informação da unidade diplomática no Brasil.
Por Tiago de Vasconcelos e Naira Trindade