'Se perdeu em 2012'

'Dilma precisa assumir protagonismo da economia', diz Delfim Netto

Ex-ministro da Fazenda defende Dilma até 2018, mas cobra trabalho

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O ex-ministro da Fazenda, Delfim Netto, defendeu que "o melhor" para o crescimento do Brasil e a democracia é a continuidade do governo Dilma Rousseff. Para ele, não há justificativa para um impeachment da petista baseado no adiamento do pagamento de despesas pelo governo, a "pedalada fiscal".

"As pedaladas existiram, sempre existiram, feitas pelos Estados, municípios e União", acrescentou. Delfim classificou a tese de impedimento em tais circunstâncias de "tapetão inventado".

No entanto, segundo Delfim, para que o crescimento do País aconteça, Dilma tem que assumir o protagonismo da situação econômica do Brasil. "Isso vai induzir os trabalhadores ao entendimento de que o risco de desemprego é menor. E essa esperança só pode ser dada pela Dilma", disse. 

"Não há menor esperança de ter equilíbrio fiscal sem a volta da esperança do crescimento", ressaltou Delfim Netto. Para ele, a presidente Dilma deveria ir ao Congresso e apresentar quatro ou cinco projetos que vão modificar problemas estruturais da economia. "É preciso que fixe um limite superior para a aposentadoria. Também é necessário que libere a livre negociação, como a proposta da CUT, entre trabalhadores e empresários, com a supervisão dos sindicatos", explicou. 

Para ele, também é fundamental acabar com vinculações de receitas e com a indexação de reajustes do salário mínimo, baseada na inflação passada. "Sem isso, não tem solução", apontou. "Ninguém vai fazer ajuste e a inflação vai voltar para 4,5% só quando entendermos que é preciso uma coordenação muito melhor entre as políticas monetária e fiscal, bem como da administração da dívida pública."

Apesar de defender a manutenção de Dilma, Delfim disse que a petista "se perdeu em 2012, quando tinha 92% de aprovação da sociedade". Para ele, com a alta popularidade, Dilma avaliou que poderia fazer várias mudanças na economia, como "controlar a taxa de juros arbitrariamente e fazer um movimento na área de energia que foi um desastre".

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