Fraude

Após escândalo, Ibama vai investigar Volkswagen no País

Empresa alemã admitiu fraude em testes de emissões de poluentes

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O Ibama confirmou na tarde deste quinta-feira (24) que vai notificar a Volkswagen para investigação sobre os motores a diesel que equipam a Amarok. A picape é o único modelo da marca no Brasil a ter esses tipos de propulsores, os mesmos envolvidos nas fraudes aos testes de emissão nos Estados Unidos e Europa.

O objetivo do Ibama, órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente, é verificar se o motor atende às exigências sobre emissões vigentes no Brasil ou se recebeu software para bular os testes feitos no País.

Todas as versões da Amarok vendidas no mercado nacional são equipadas com motores a diesel. A de entrada, com cabine simples, traz o quatro cilindros 2.0 turbo de 140 cv, enquanto as demais têm um quatro cilindros 2.0 biturbo de 180 cv. Entramos em contato com a Volkswagen, que não se pronunciou até o fechamento desta reportagem. 

Entenda o caso. A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês) está acusando a Volkswagen e a Audi de manipular os testes de emissão de poluentes feitos em cerca de 482 mil carros entre 2009 e 2015, por meio da instalação ilegal de um software.

Segundo alegações da EPA, a prática teria ocorrido nos testes com os modelos Volkswagen Beetle, Golf, Jetta e Passat, além do Audi A3, todos equipados com um motor turbodiesel 2.0 de quatro cilindros. O software instalado detectava quando os carros estavam sendo avaliados, ativava o controle de emissões de poluentes e, após os testes, desabilitava esse controle.

Com isso, os carros eram aprovados pelo governo – mas, na vida real, suas emissões de óxidos de nitrogênio eram até 40 vezes superiores que os padrões aceitáveis.

Se as infrações forem comprovadas, a EPA poderá aplicar uma multa máxima de US$ 37 mil por carro produzido, o que significará uma conta para o Grupo VW de até US$ 18 bilhões, algo em torno de R$ 75 bilhões. (AE)

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