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Aliado de Temer aciona a Justiça contra ex-braço direito de Rodrigo Janot

Para Perondi, participação de Miller em acordo de colaboração fere a Constituição

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O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), aliado e defensor do presidente Michel Temer, foi à Justiça contra o ex-procurador Marcelo Miller. Ele pede que a Procuradoria-Geral da República (PGR) forneça os registros de visitas de Miller à sede do órgão em Brasília.

Miller era o braço direito de Rodrigo Janot, procurador-geral da República. Após 13 anos de trabalho no MPF, Miller anunciou sua saída, em 4 de março deste ano. Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, a saída ocorreu dias antes de o empresário Joesley Batista ter gravado a conversa com Temer no Palácio do Jaburu.

O ex-procurador passou a atuar no escritório que negociava os termos de leniência entre a PGR e o grupo JBS. Apesar disso, Joesley diz que não houve orientação no caso das gravações.

Segundo Perondi alega no pedido de liminar, a participação de Miller no acordo de colaboração fere a Constituição. Para ele, a utilização de escutas clandestinas foi ‘idêntica’ a outras com a participação do ex-procurador: nos casos de Delcídio Amaral e Nestor Cerveró.

Na solicitação dos registros de acesso de Miller ao MPF, o parlamentar especifica as datas: março, abril e maio de 2017. O acordo de colaboração foi firmado em abril e homologado em maio. Para a defesa do presidente Michel Temer, há suspeitas de que os delatores já conversavam com procuradores desde março.

Na ação, Perondi também pede anulação dos acordos firmados entre os executivos e a PGR.  A ação foi protocolada na noite de segunda-feira (26), na Justiça Federal de Brasília.

Pronunciamento de Temer

Miller foi citado por Temer durante pronunciamento nesta terça-feira (27). O presidente disse que é vítima de ficção. Na denúncia, Rodrigo Janot o acusa de corrupção passiva sustentando que seria destinado a ele o dinheiro carregado em uma mala pelo ex-assessor Rodrigo Rocha Loures.

Do mesmo modo, segundo Temer, ele poderia fazer uma ilação sobre a contratação do ex-procurador Marcelo Miller, ex-braço direito e “homem da mais estrita confiança” de Janot, para atuar na defesa de Joesley Batista e a JBS. “Poderia fazer a ilação de que os milhões pagos ao ex-procurador não seriam destinados apenas a ele”, alfinetou o presidente, ressalvando, no entanto, que não faria isso por não ser leviano.

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