Jogo político

Aliado de Cunha, André Moura assume liderança do governo na Câmara

Deputado do PSC tem o apoio do maior bloco da Casa

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O chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, confirmou nesta quarta-feira, 18, a escolha do deputado André Moura (PSC-SE) para a liderança do governo na Câmara.  Mais cedo, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) havia confirmado o nome de Moura, afirmando que a decisão de Temer foi tomada durante a madrugada.

O parlamentar é aliado do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na briga pela vaga, estava o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que inicialmente tinha a preferência da cúpula do governo, como de Moreira Franco, responsável pela área de infraestrutura, e dos partidos da antiga oposição (PSDB, DEM, PPS).

Em meio à pressão do grupo de partidos da Câmara conhecido como "Centrão", Temer já se reuniu na terça, 17, com Moura e Geddel no Planalto para tratar sobre a condução da liderança do governo. O cargo tem, entre outras funções, a de articular com as demais bancadas a votação de projetos de interesse do Executivo.

“Basta fazer as contas. Ele [Rodrigo Maia] só tem 25 votos. Nós temos 300. É bem simples”, afirmou o líder do PP, Agnaldo Ribeiro (PP-PB), que encabeça o grupo do Centrão formado por outros 12 partidos (PR, PSD, PRB, PSC, PTB, Solidariedade, PHS, PROS, PSL, PTN, PEN e PtdoB).

Entre as resistências iniciais ao nome de André Moura está o fato de ele ser muito ligado a Cunha, afastado da presidência da Câmara e do mandato pelo Supremo Tribunal Federal. “Sou amigo de Eduardo Cunha, mas tenho identidade”, ressaltou André Moura que nega já ter sido escolhido por Temer.

A oficialização do nome do deputado deve ocorrer após o presidente em exercício também definir quem será o líder do governo no Senado. Temer se reúne com lideranças da Casa na manhã de desta quarta, no Palácio do Jaburu. Entre os nomes cotados para assumir a função está os das senadoras Ana Amélia (PP-RS) e Simone Tebet (PMDB-MS). A senadora pepista enfrenta, contudo, resistências em razão de partido já ter ocupado espaços estratégicos no novo governo como os ministérios da Saúde, Agricultura e a presidência da Caixa Econômica Federal. (AE)

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