De volta ao cargo

Aécio discute com Tasso, afasta-o e põe Goldman na presidência do PSDB

Senador mineiro entrega presidência ao vice Alberto Goldmann

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O senador Aécio Neves (MG) decidiu afastar o também senador Tasso Jereissati (CE) da presidência do PSDB e reassumir o cargo, após uma áspera conversa telefônica entre eles. O fato ocorre um dia após o Tasso anunciar a candidatura oficial à presidência do partido. 

Aécio estava licenciado desde maio, quando foi acusado de pedir propina de R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS, em troca de favores. O PSDB tem a maior bancada no Senado, com 11 senadores, e a terceira maior da Câmara, com 46 deputados.

Após a discussão por telefona, durante a qual o mineiro pedia que Tasso entregasse ao cargo ua vez que lançara sua candidatura à presidência do PSDB n covenção nacional de dezembro, Aécio divulgou carta ao senador cearense em que comunica a decisão e a indicação do vice-presidente Alberto Goldmann ao cargo, provisoriamente, até a eleição do seu substituto.

O afastamento de Jereissati foi justificado pro Aécio como forma de “garantir a desejável isonomia entre os postulantes” na disputa pela presidência do PSDB.

Ainda no comunicado, Aécio faz um agradecimento a Jereissati por ter aceitado assumir o partido interinamente. “Aproveito a oportunidade para agradecer-lhe por ter aceito minha indicação e assumido a presidência interina do PSDB nos últimos meses”, Por diversas vezes no período a frente dos tucanos, Tasso Jereissati cobrou publicamente que Aécio renunciasse o comando do partido, o que não ocorreu.

Além de Jereissati, também está na disputa pela presidência do PSDB o governador de Goiás, Marconi Perillo.

Denúncia
Em junho, o senador Aécio Neves foi denunciado por Janot por corrupção passiva e obstrução de Justiça, acusado de receber R$ 2 milhões em propina do empresário Joesley Batista, com o qual foi gravado, em ação controlada pela Polícia Federal, em conversas suspeitas. Em delação premiada, o executivo assumiu o repasse ilegal.

O senador nega as acusações. Sua principal linha de defesa no processo é a de que a quantia que recebeu de Joesley foi um empréstimo pessoal, sendo uma operação sem nenhuma natureza ilegal.

No dia 17 de outubro, o plenário do Senado decidiu reverter a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) e suspendeu o afastamento parlamentar de Aécio, que havia sido imposto no dia 26 de setembro.

Com os votos de 44 senadores contra a manutenção das medidas cautelares e de 26 favoráveis, os parlamentares impediram o afastamento de Aécio, o seu recolhimento domiciliar noturno e reverteram a obrigação de entregar o passaporte. (ABr)

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