Crime socioambiental

Senado decide instaurar CPI própria para apurar tragédia de Brumadinho

Deputados criticam decisão; CPI da Câmara depende apenas da leitura em plenário pelo presidente Rodrigo Maia

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Partido fez apelo ao presidente Davi Alcolumbre para abrir debates tão logo a Câmara aprove o texto. (Foto: Marcos Brandão)

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), informou hoje (27) que a Casa vai abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) própria para investigar o rompimento da barragem da Vale na Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), ocorrido em 25 de janeiro. Na tragédia, morreram 179 pessoas e 131 estão desaparecidas. Com a decisão, foi rejeitada a proposta de instalação de uma comissão mista, como queriam deputados mineiros.

A iniciativa gerou críticas de parlamentares da Comissão Especial da Câmara criada para acompanhar o caso e discutir medida para melhorar a segurança de barragens.

“Nós fizemos ontem a reunião dos líderes pra decidir a CPI. Eu vou aguardar até dia 11 para que os partidos façam suas indicações. A CPI do Senado está pronta. Já se passou um mês, e a gente vai ficar num impasse? Nós vamos cumprir nosso papel, o Senado vai instalar sua CPI a partir do dia 12”, afirmou Alcolumbre.

Na audiência da Comissão Especial da Câmara, deputados questionaram fortemente a opção. Para eles, a motivação é não garantir efetividade nos trabalhos. “Infelizmente os interesses pessoais sobressaem sobre o das vidas das pessoas”, disse o deputado José Silva (SD-MG).

Os deputados Júlio Delgado (PSB-MG), André Janones (Avante-MG) e Rogério Correia (PT-MG) também criticaram a rejeição à comissão mista. “A expectativa é grande para que a gente não deixe cair na impunidade”, disse Correia.

CPI da Câmara depende apenas da leitura em plenário pelo presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ). O requerimento com o número de assinaturas já foi protocolado. A partir dele, com parecer favorável, Maia solicitou a elaboração do ato de criação. A Secretaria-Geral da Mesa da Câmara informou à Agência Brasil que o ato já está pronto, precisando apenas da leitura em plenário. (ABr)

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