Falta segundo turno

Senado conclui votação em primeiro turno da reforma da Previdência

Sob pressão dos senadores, data para o segundo turno ainda é dúvida

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Senadores presentes no plenário do Senado. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O Senado aprovou em primeiro turno, nesta quarta-feira, 2, a proposta de reforma da Previdência. Os senadores rejeitaram os três destaques (sugestões de mudança) que estavam em análise.

O texto-base já havia sido aprovado na noite da terça-feira (1º). Por se tratar de uma proposta de emenda à Constituição (PEC), o texto ainda precisa passar por mais uma votação em plenário, o segundo turno – que deve sofrer atraso. Os senadores querem contrapartidas do Palácio do Planalto para aprovar o projeto.

O placar do texto-base no primeiro turno (56 votos a 19) ficou dentro da expectativa do governo, mas com uma margem de apenas sete votos acima do mínimo necessário, 49. O saldo é apertado para a votação no segundo turno, que já está sob pressão.

Interlocutores do presidente Jair Bolsonaro reconhecem que ajustes na articulação política são inevitáveis até a próxima etapa, esperada para ocorrer até o dia 15 de outubro.

Um recado, que, na avaliação da equipe econômica, saiu caro, foi dado na madrugada desta quarta. O Senado retirou do projeto a criação de um critério mais rígido para o abono salarial — espécie de 14º salário pago pelo governo a trabalhadores de baixa renda e com carteira assinada.

A derrota do ministro Paulo Guedes (Economia) foi resultado de uma aliança entre a oposição ao presidente Jair Bolsonaro com senadores do MDB e Podemos. Esses partidos vêm negociando com o Planalto a liberação de emendas parlamentares para que possam destinar recursos a obras em suas bases eleitorais.

Todos os destaques analisados na tarde desta quarta foram derrubados ou foram retirados em acordo firmado com interlocutores do Planalto.

A estimativa de corte de gastos previdenciários em dez anos caiu para R$ 800 bilhões, considerando a versão aprovada no plenário.

A reforma da Previdência saiu da Câmara com uma projeção de corte de gastos de R$ 933 bilhões em uma década. A versão original, enviada pelo governo em fevereiro, previa uma redução de R$ 1,2 trilhão nas despesas. (Com informações da Folhapress)

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