Investigação sob sigilo

PF vê participação de ministro do Turismo em esquema de laranjas

Denúncias apontam que, em Minas, o PSL, partido do presidente Bolsonaro, tinha esquema para desviar dinheiro público

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A Polícia Federal chegou à conclusão de que há elementos sobre a participação do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, no esquema que usava candidaturas laranja no PSL de Minas Gerais para desviar dinheiro do Fundo Eleitoral. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Investigadores apuram inicialmente a suspeita do crime de falsidade ideológica. Outro crime em apuração é o de lavagem de dinheiro. As apurações ainda são iniciais – a polícia quer identificar o grau de envolvimento do ministro de Jair Bolsonaro (PSL) com o esquema dentro da legenda.

O jornal revelou em fevereiro que Álvaro Antônio, que era presidente do PSL em Minas Gerais na última eleição, patrocinou um esquema de candidaturas de laranjas com uso de verba pública eleitoral. Ele nega irregularidades. Houve também outros casos em Pernambuco. O escândalo levou à queda do ministro Gustavo Bebianno da Secretaria-Geral da Presidência — ele era presidente nacional do PSL no ano passado.

O esquema convidava mulheres para concorrer a uma vaga no último pleito, em 2018, mas parte do dinheiro recebido por elas para a campanha deveria ser devolvido à direção da sigla.

Umas das candidatas ouvidas pela Folha, Zuleide Oliveira contou que se reuniu pessoalmente com o ministro, que fez a proposta a ela. Zuleide receberia R$ 60 mil para campanha, mas deveria devolver R$ 45 mil. Até agora, são quatro denúncias contra Álvaro Antônio.

As denunciantes apontaram que negociações também foram feitas com assessores do ministro do Turismo, à época candidato a um cargo como deputado federal.

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