Doleiro dos doleiros

PF prende Dario Messer, foragido conhecido como ‘doleiro dos doleiros’

Messer é acusado de coordenar um megaesquema de lavagem de dinheiro, com mais de 400 clientes

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Conhecido como o doleiro dos doleiros, Messer estava foragido da Justiça desde maio de 2018 Foto: Facebook

A Polícia Federal prendeu na tarde desta quarta-feira (31), em São Paulo, o doleiro Dario Messer, que estava foragido desde o ano passado.

Messer, que é réu na Justiça Federal na Operação Câmbio, Desligo, foi detido nos Jardins (zona oeste de São Paulo), de acordo com a Polícia Federal.

Alvo de investigações desde a década passada, ainda no caso Banestado, ele ganhou o apelido de “doleiro dos doleiros”. Foi delatado na Lava Jato do Rio pela dupla Vinicius Claret e Cláudio Barboza, que foi detida no Uruguai em 2017 e mais tarde se tornou colaboradora da Justiça.

Ele vinha negociando se entregar às autoridades do país e era procurado também no Paraguai, país onde chegou a ter nacionalidade.

No último dia 9, a PF deflagrou operação no Rio baseada na delação de familiares de Messer. Dois suspeitos foram alvos de mandados de prisão.

Segundo o Ministério Público Federal do Rio, a ex-mulher de Messer, Rosane, e os filhos Dan, Débora e Denise colaboraram com a Justiça.

A ex-funcionária de Messer Elsa Filomena Fernandes dos Santos também colaborou, explicando como ocorria a entrega de dinheiro a suspeitos de integrar o esquema.

Nessa mesma época, o doleiro trocou de advogados.

Dario Messer é acusado de coordenar um megaesquema de lavagem de dinheiro, com o uso de processos sofisticados como contas de distribuição dos recursos e mais de 400 clientes, incluindo o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, preso pela Lava Jato desde 2016.

Os familiares se comprometeram a devolver R$ 270 milhões em dinheiro vivo e o restante em bens.

A Operação Câmbio, Desligo, na qual ele foi o principal alvo, é até hoje a maior fase da Lava Jato em número de presos, com 49 mandados de prisão preventiva expedidos pelo juiz federal Marcelo Bretas.

Messer chegou a iniciar a negociação de um acordo de colaboração antes de a Câmbio, Desligo ser deflagrada. Uma suspeita de vazamento dessa negociação, porém, acabou travando a concretização do acordo.

Antes, já havia sido citado em casos como Banestado e mensalão.

As suspeitas da Câmbio, Desligo fizeram o Ministério Público do Paraguai, onde Messer vivia, também abrir investigações e obter na Justiça o bloqueio de contas do doleiro e de suas empresas -abertas, segundo as investigações, com dinheiro ilícito.

No Paraguai, havia pressão pública para que Messer seja investigado e processado, porque é amigo do ex-presidente Horacio Cartes, que já o chamou de “irmão de alma”. (Com informações da Folhapress)

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