Ministério Público Eleitoral do DF pede cassação do distrital José Gomes
Para manter emprego, funcionários de empresa teriam que votar e fazer campanha para o parlamentar
O Ministério Público Eleitoral no Distrito Federal pediu na Justiça Eleitoral a cassação do mandato do deputado distrital José Gomes (PSB) por abuso de poder econômico. O parlamentar teria exigido o voto de funcionários de uma empresa sob ameaça de demissão.
A denúncia aponta que o assédio e coação sofridos pelos funcionários da empresa começou assim que José Gomes se lançou pré-candidato à deputado distrital pelo PSB.
Gomes teria enviado ainda mensagens pelo aplicativo Whatsapp. O gerente operacional da empresa usada pelo distrital também teria enviado áudios pelo aplicativo, dizendo que iria monitorar os votos para evitar “traições”.
Funcionários chegaram a ser demitidos por declararem que não iriam votar em José Gomes ou fazer campanha para o parlamentar.
Em agosto do ano passado, Gomes já havia sido intimado pela Justiça Eleitoral a prestar esclarecimentos sobre o possível caso de abuso de poder econômico. A denúncia foi feita pelo distrital reeleito Chico Vigilante (PT).
No pedido de cassação, o Ministério Público aponta para uma “comprovação robusta e contundente da concretização de ações que denotem emprego nocivo de recursos patrimoniais geridos ou controlados pelo agente com finalidade de afetar a legitimidade e a normalidade do pleito em benefício do candidato”.
O MP pede que, além de perder o mandato, Gomes fique inelegível por oito anos. O caso será julgado no Plenário do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do DF, sob relatoria do desembargador Waldir Leôncio Junior.