Registro Espúrio

Tiago Cedraz, filho de ministro do TCU, é alvo de operação da Polícia Federal

Filho de ex-presidente do TCU é investigado por fraude com sindicatos

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Tiago Cedraz, filho do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Aroldo Cedraz, é alvo da Polícia Federal na 4ª fase da Operação Registro Espúrio, que investiga fraude em registros sindicais junto ao Ministério do Trabalho.

Nessa fase, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a PF mira especificamente supostos desvios de valores da Conta Especial Emprego e Salário (CEES). De acordo com as investigações, uma organização criminosa buscava entidades interessadas em obter, de forma fraudulenta, restituições de contribuições sindicais recolhidas indevidamente da CEES. Os valores eram então transferidos para as contas das entidades e repasses de um percentual eram feitos para servidores públicos e advogados integrantes do esquema.

O apartamento e o escritório do advogado são alvos de busca e apreensão. O sócio dele, Bruno Galeano, foi preso temporariamente. Tiago Cedraz está envolvido em várias investigações de corrupção, em agosto do ano passado, por exemplo, ele foi alvo da 45ª fase da Lava Jato, quando juiz federal Sérgio Moro decretou ordenou o bloqueio de R$ 6 milhões de suas contas.

Na ação desta terça (18), a Polícia Federal cumpre 16 mandados de busca e apreensão e nove de prisão temporária em Brasília, Goiânia (GO), Anápolis (GO), São Paulo e Londrina (PR).

Os investigados podem responder pelos crimes de peculato, corrupção passiva e ativa, falsificação de documento público e lavagem de dinheiro.

Registro Espúrio

A primeira fase da operação foi deflagra em maio deste ano. Os agentes cumpriram mandados nos gabinetes dos deputados Paulinho da Força (Solidariedade-SP), Jovair Arantes (PTB-GO) e Wilson Filho (PTB-PB), na Câmara dos Deputados; e as sedes nacionais do PTB e do Solidariedade e de centrais sindicais.

Já na terceira fase da operação, no início deste mês, o então ministro do Trabalho Helton Yomura foi alvo da Polícia Federal. Depois de ser afastado do cargo por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), Yomura pediu demissão do cargo. A PF sustenta que Yomura foi alçado ao cargo para perpetuar o suposto esquema criminoso liderado por seus padrinhos políticos, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, e a filha dele, deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ).

O deputado federal Nelson Marquezelli (PTB-SP) também foi alvo da terceira fase da Registro Espúrio. No apartamento de um assessor de Marquezelli foram encontrados R$ 95 mil reais em espécie. O assessor Jonas Antunes Lima foi preso durante a operação.

De acordo com as investigações sobre o funcionamento do esquema de fraude nas concessões de registro sindical, a ordem de chegada dos pedidos para registro de entidade sindicais não era respeitada; a prioridade ia para pedidos intermediados por políticos. Além disso, o registro era obtido por meio de pagamento de vantagens indevidas.

Em agosto, a Procuradoria-Geral da República denunciou ao Supremo 26 pessoas por organização criminosa no âmbito da Registro Espúrio. Além de Cristiane Brasil, Roberto Jefferson e Helton Yomura, foram denunciados os deputados federais Paulinho da Força (SD-SP), Jovair Arantes (PTB-GO), Wilson Filho (PTB-PB) e Nelson Marquezelli (PTB-SP).

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