Por tempo indeterminado

Eliseu Padilha acumulará função de ministro interino do Trabalho

Helton Yomura foi exonerado do cargo após ser alvo de operação que investiga fraude na concessão de registros sindicais

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Ministro da Casa Civil Eliseu Padilha. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, acumulará a função de ministro interino do Trabalho por tempo indeterminado, de acordo com a publicação na edição extra do Diário Oficial da União divulgada na noite desta quinta (5).

Padilha assume a pasta após a exoneração do então ministro Helton Yomura, alvo da terceira fase da Operação Registro Espúrio da Polícia Federal, que investiga fraude na concessão de registros sindicais junto ao Ministério do Trabalho.

“O Presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso I, da Constituição, resolve nomear Eliseu Lemos Padilha, para exercer, interinamente, o cargo de Ministro de Estado do Trabalho, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa”, diz o decreto.

O sucessor natural do cargo seria o secretário executivo do ministério, porém esse posto está vazio há um mês desde que Leonardo Arantes foi preso preventivamente em outra fase da mesma investigação que afastou Yomura.

Registro Espúrio

Nesta quinta (5), a Polícia Federal deflagrou a terceira fase da Operação Registro Espúrio. Dessa vez, foram alvos da ação o até então ministro do Trabalho Helton Yomura. Segundo a PF, Yomura foi alçado ao cargo para perpetuar o suposto esquema criminoso liderado por seus padrinhos políticos, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, e a filha dele, deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ).

O deputado federal Nelson Marquezelli (PTB-SP) também foi alvo da ação desta quinta. No gabinete do parlamentar, os agentes apreenderam documentos e uma mala com R$ 5 mil. Já no apartamento do assessor de Marquezelli, Jonas Antunes Lima, foram encontrados R$ 95 mil reais em espécie. Lima foi preso temporariamente no âmbito da operação.

A primeira fase da operação foi deflagrada em maio deste ano, com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa suspeita de fraudar a concessão de registros sindicais junto ao Ministério do Trabalho, além de investigar o loteamento do Ministério do Trabalho pelo PTB e pelo Solidariedade.

Segundo as investigações, a ordem de chegada dos pedidos para registro de entidade sindicais não era respeitada; a prioridade ia para pedidos intermediados por políticos. Além disso, o registro era obtido por meio de pagamento de vantagens indevidas.

Entre os alvos da PF estavam os gabinetes dos deputados Paulinho da Força (Solidariedade-SP), Jovair Arantes (PTB-GO) e Wilson Filho (PTB-PB), na Câmara dos Deputados. A prisão deles chegou a ser pedida pela PF, mas foi negada pelo ministro do Supremo Edson Fachin. Os agentes estiveram ainda em sedes nacionais do PTB e do Solidariedade e de centrais sindicais.

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