Sob nova direção

Delegado da PF que foi segurança do candidato Bolsonaro irá chefiar a Abin

Escolha do novo diretor da Abin foi do ministro Augusto Heleno

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Deputado Delegado Ramagem cobra responsabilização de GDias e Flávio Dino (Foto: Tomaz Silva/ABr)

O presidente Jair Bolsonaro escolheu um delegado da Polícia Federal que atuou na sua segurança logo após as eleições de 2018, Alexandre Ramagem Rodrigues, para chefiar a Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
O delegado atualmente trabalha na assessoria do general Santos Cruz (Secretaria de Governo), no Planalto. É a primeira vez, desde 2007, que um presidente escolhe um nome de fora dos quadros da Abin.
A escolha foi considerada internamente na agência como uma decisão do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e do presidente. Ao confirmar a substituição, o ministro do GSI, general Augusto Heleno, falou em alteração nas atividades do órgão, sem explicitá-las. “É apenas uma troca para modificar um pouquinho a filosofia do nosso sistema de inteligência.”
O ministro disse que “nós vamos com muito cuidado, queremos fazer uma troca sem traumas, que não tem nada contra o atual diretor, é apenas uma troca feita por orientação do presidente da República”.
Segundo Heleno, o governo está “buscando uma nova situação para a inteligência” e citou “o avanço da velocidade da informação […] muito mais rápida do que estávamos acompanhando”.
Conforme a Folha de S.Paulo revelou em 18 de março, Heleno disse naquela época aos oficiais de inteligência da Abin, durante um pronunciamento no auditório do órgão, que Bolsonaro gostaria de ser informado, no tempo mais curto possível, sobre a veracidade de mensagens viralizadas na internet e que chegam ao seu conhecimento.
Nesse sentido, a Abin atuaria quase como uma agência de checagem de informação, o que foi encarado com estranheza pelos oficiais de inteligência. Os servidores da Abin entendem que é necessário produzir relatórios aprofundados e amplos, e não apressados ou superficiais. Para Heleno, “a ideia é colocar alguém de outra área de inteligência para ter uma integração maior e uma rapidez maior mas atividade de inteligência”.
Ramagem trabalhou na segurança de Bolsonaro depois do atentado a faca sofrido pelo candidato em 6 de setembro, em Juiz de Fora (MG).
Antes disso, o delegado, que tem cerca de 15 anos de carreira na PF, trabalhou na superintendência de Roraima e, no Rio de Janeiro, conduziu a operação Cadeia Velha, de 2017, que prendeu os então deputados estaduais do MDB Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi.

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