Datafolha: 70% reprovam indicação de Eduardo Bolsonaro para embaixada
Ideia é criticada mesmo entre segmentos bolsonaristas, como evangélicos e moradores do Sul
Pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira, 4, revela que 70% dos brasileiros reprovam a indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para o cargo de embaixador em Washington (EUA).
Segundo o levantamento, apenas 23% consideram que o presidente Jair Bolsonaro está agindo bem ao indicar o filho.
Anunciada em julho, a indicação de Eduardo ainda não foi oficializada. A família Bolsonaro aguarda angariar um maior número de apoiadores no senado para poupar Eduardo de uma possível derrota.
Para ser efetivado, o nome do indicado precisa ser apreciado pela Comissão de Relações Exteriores do Senado e aprovado no plenário da Casa por mais da metade dos parlamentares presentes. Não há data prevista para que as votações aconteçam.
Segundo o Datafolha, o plano de Jair Bolsonaro sofre rejeição em praticamente todos os estratos pesquisados, com exceção dos simpatizantes do PSL (64% de apoio) e entre os que classificam o governo Bolsonaro como ótimo/bom (54%).
A visão contrária à indicação é maior entre os jovens de 16 a 24 anos (74%), funcionários públicos (81%) e estudantes (78%).
A rejeição à indicação de Eduardo é menor entre pessoas com mais de 60 anos (26% acham que Bolsonaro está agindo bem), empresários (36%) e donas de casa (29%).
Entre as regiões do país, a ideia foi mais mal recebida no Nordeste (76% contra) e no Sudeste (71%). Tanto no Sul quanto no Norte e no Centro-oeste, 65% se opõem à nomeação.
Na divisão por partidos políticos, 89% dos simpatizantes do PT e 68% dos simpatizantes do PSDB reprovam a ideia. Entre aqueles que se identificam com o MDB, o percentual vai a 69%, mesmo índice daqueles que declaram não ter preferência por uma legenda.
Entre os eleitores de Bolsonaro em 2018, 53% avaliam que o presidente agiu mal ao indicar o filho, e 40% acham que ele agiu bem. Já entre quem votou em Fernando Haddad (PT), 88% rejeitam a indicação e 9% a apoiam.
No recorte por religião, a proposta sofre mais críticas de ateus (95%) e espíritas (80%). Entre os evangélicos, 61% são contrários. Se considerarmos as subdivisões das denominações evangélicas, o estrato que mais apoia a ideia do presidente é o de neopetencostais (44%).
O percentual de 70% dos que desaprovam a ideia de indicar Eduardo ao posto é equivalente ao índice dos que avaliam de forma negativa as ações dos filhos de Bolsonaro para o governo.
Para 70%, os filhos do presidente mais atrapalham do que ajudam.
A pesquisa Datafolha foi feita entre os dias 29 e 30 de agosto e ouviu 2.878 pessoas em 175 municípios de todo o país. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%. (Com informações da Folhapress)