Pesquisa

Datafolha: 57% dos eleitores aprovam Bolsonaro fora do PSL; 27% desaprovam

Segundo a pesquisa, 41% dos entrevistados desaprovam a saída e a criação da Aliança pelo Brasil, ante 38% que o aprovam

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O Presidente Jair Bolsonaro. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado, 14, revela que 57% dos eleitores que declaram voto em Jair Bolsonaro nas eleições de 2018 aprova a decisão do presidente de sair do PSL, partido pelo qual foi eleito, e criar uma nova sigla, a Aliança pelo Brasil. Outros 27% desaprovam, enquanto 9% são indiferentes e 7% não sabem.

O aval à decisão de Bolsonaro também é maior entre os que consideram seu governo ótimo ou bom. Nessa fatia da população, 68% aprovam a investida do presidente.

Segundo o instituto, a taxa de aprovação à sua administração oscilou de 29% para 30% na primeira semana de dezembro, dentro da margem de erro do levantamento, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Nas faixas de renda mais alta (cinco a dez salários mínimos e mais de dez salários), 43% dos entrevistados aprovam a saída de Bolsonaro do PSL. Entre os que têm renda familiar de até dois salários mínimos por mês, são 34%.

Apesar de os números indicarem que Bolsonaro mantém uma base fiel, independentemente do partido a que esteja filiado, o Datafolha também mostra que grande parte dos brasileiros não está acompanhando o movimento político do presidente.

De acordo com a sondagem, a maioria da população (55%) não tomou conhecimento da decisão de Bolsonaro de deixar o PSL e de seu plano de criar um novo partido.

Segundo o levantamento, 41% dos entrevistados desaprovam o movimento de Bolsonaro de sair do PSL e criar a Aliança, ante 38% que o aprovam. Disseram ser indiferentes 13%, e não saber 9%.

A pesquisa ouviu 2.948 pessoas nos últimos dias 5 e 6 em 176 municípios pelo país.

A saída de Bolsonaro do partido que o alçou ao Palácio do Planalto aconteceu após semanas de embate dentro do PSL.

Em meados de outubro, a sigla se dividiu entre os mais fiéis aliados de Bolsonaro e uma ala que apoia o presidente da legenda, deputado Luciano Bivar (PSL-PE).

A crise dentro do partido foi escancarada por Bolsonaro no início daquele mês, ao dizer a um apoiador que Bivar estava “queimado pra caramba”.

O PSL está no centro de um escândalo que envolve o uso de verbas públicas por meio de candidaturas de laranjas em Minas Gerais e Pernambuco.

Em meio a incertezas sobre a viabilidade política da Aliança pelo Brasil, o novo partido de Bolsonaro foi lançado oficialmente no dia 21 de novembro, em Brasília, com forte apelo ao discurso de cunho religioso, à defesa do porte de armas e de repúdio ao socialismo e ao comunismo.

O documento que vai nortear a atuação da Aliança defende, por exemplo, “o lugar de Deus na história e na alma do povo brasileiro”, e diz que a “laicidade do Estado jamais significou ateísmo obrigatório, como ocorre em regimes autoritários que perseguem a religião”.

De acordo com o texto, o partido é “ciente de que o povo brasileiro acredita que Deus é o garantidor do verdadeiro desenvolvimento humano” e que “a relação entre a nação e Cristo é intrínseca, fundamental e inseparável”.

Segundo o Datafolha, 43% dos evangélicos aprovam a saída de Bolsonaro do PSL e a criação da Aliança. Entre os católicos, 37% apoiam.

É justamente na fatia evangélica da população que o presidente aposta para conseguir tirar sua sigla do papel.

São necessárias 491.967 assinaturas em ao menos 9 estados, todas validadas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), para a Aliança ser criada —tornando-se, assim, a nona sigla de Bolsonaro em sua carreira política.

Líderes de igrejas pentecostais e neopentecostais alinhados à agenda de Bolsonaro já se colocaram à disposição da empreitada do presidente, que ainda busca brechas na Justiça Eleitoral para chegar às eleições com recursos dos fundos partidário e eleitoral e com tempo de rádio e TV. (Folhapress)

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