Fake news

Cresce o número de países afetados pela manipulação da opinião pública por redes sociais

Grupos atuam na disseminação de fake news, criando perfis falsos para aumentar a importância de certos assuntos e candidatos

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Rede social Twitter. Foto: Pexels.

A ação de partidos e governos para manipular a opinião pública por meio das redes sociais já atingiu 48 países no último ano, como aponta um estudo da Universidade de Oxford, do Reino Unido. Em relação ao último balanço divulgado há um ano, o número cresceu em 20 países – impulsionado principalmente pela América Latina e o sudeste asiático.

Segundo a pesquisa, grupos atuam na disseminação de fake news, criando perfis falsos para aumentar a importância de determinados assuntos e candidatos. Para propagandas a públicos específicos, são usados análises de dados. Desde 2010, os 48 países citados já gastaram US$ 500 milhões – cerca de R$ 1,85 bilhão – para montar essas estruturas de manipulação da opinião pública.

Esses grupos atuaram na maior parte das eleições disputadas nos últimos anos: na Alemanha, Itália, Rússia, México, Colômbia e Chile. Mesmo em casos de ditaduras – como Cuba e Venezuela – a manipulação também ocorre. E a tendência é de que aconteça o mesmo nas eleições brasileiras disputadas em outubro deste ano. “Campanhas de desinformação vão ocorrer em todas as grandes plataformas utilizadas no Brasil”, afirmou uma das autoras do estudo Samantha Brown.

As principais plataformas de propagação de fake news são Facebook e Twitter, mas estão presentes com mais força no WhatsApp, Telegram, Instagram, SnapChat, WeChat e até no aplicativo de relacionamentos Tinder. Há também registro de ações para fazer com que determinado site ou tema ganhe relevância nos principais buscadores da internet, como Google, Bing e Yahoo!.

A forma como a propagação de fake news é feita varia de país para país. Na Hungria e Colômbia, por exemplo, a manipulação ocorre exclusivamente por meio de pessoas. Já na Austrália e na Síria, as ações são mediadas por robôs. No entanto, na maioria dos países, a técnica é uma combinação dos dois meios.

O estudo levou em consideração apenas as ações internas, deixando de fora a interferência de um país em outro – como a da Rússia nas eleições norte-americanas de 2016. Desde a campanha de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos, diversos países mudaram as legislações para tentar conter esse problema de interferência externa.

“Cada vez mais, governos usam a legislação para combater as fake news e causam um efeito de restrição à liberdade de expressão”, disse Brown. (Com informações da FolhaPress)

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