Irregularidades no banco

Antonio Palocci presta esclarecimentos em reunião fechada da CPI do BNDES

Comissão investiga supostas irregularidades cometidas pelo banco entre 2003 a 2015

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Ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

A Comissão parlamentar de Inquérito (CPI) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ouve na manhã desta quarta (19) o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, que atuou no primeiro mandato do ex-presidente Lula. A reunião será fechada ao público e à imprensa.

Na Câmara dos Deputados, Palocci prestará esclarecimentos sobre fatos relacionados a contratos internacionais assinados enquanto ele era ministro da Fazenda. No mês passado, o ex-ministro petista participou de outra reunião fechada na comissão, mas se manteve em silêncio após autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin.

Palocci afirmou temer que as declarações dadas aos parlamentares interferisse no acordo de delação premiada firmada com a Procuradoria-Geral da União (PGR), que ainda tem trechos em sigilo. Ao ser procurada pelo presidente da CPI, o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), a procuradora-geral, Raquel Dodge, entendeu que as declarações do ex-ministro não interfeririam no acordo.

O MPF denunciou Palocci, o ex-ministro Guido Mantega e o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho por formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, gestão fraudulenta, prevaricação financeira e lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia, o banco teve um prejuízo de cerca de R$ 1,8 bilhão por irregularidades envolvendo o grupo JBS e o Sistema BNDES-BNDESPar.

A CPI do BNDES investiga supostas irregularidades cometidas no BNDES entre os anos de 2003 e 2015. Nesta segunda (17), o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, também no governo Lula, negou na comissão que tenha recebido propina para facilitar um empréstimo de um bilhão de dólares para Angola em 2009.

Paulo Bernardo, Lula, Palocci e Marcelo Odebrecht são reús por denúncia do MPF que aponta interferência política para R$ 1 bilhão um empréstimo concedido pelo BNDES a Angola. Em troca, os políticos teriam recebido US$ 40 milhões, cerca de R$ 64 milhões, em propina.

Outros nomes também já passaram pela comissão, como o empresário Mário Celso Lopes, ex-sócio de Joesley e Wesley Batista no grupo J&F; dois ex-diretores do BNDES: Luciano Coutinho e Paulo Rabello; e o ex-gerente de risco da Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação (SBCE) Rubens Benevides Férrer Neto.

Na próxima semana, no dia 26, será a vez da CPI ouvir o ex-presidente do BNDES Joaquim Levy. Como a convocação de Levy já havia sido aprovada pela comissão, ele terá que comparecer à reunião mesmo após seu pedido de demissão do cargo no último domingo (16).

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