Paulo Castelo Branco

Que Lula é esse?

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Na rádio corredor a notícia é que o corinthiano Luiz Inácio, hoje residindo em Curitiba, será comentarista de futebol durante a Copa na Rússia. Segundo informado, os comentários serão feitos por carta e divulgados através das redes sociais.

Não tendo sido convocado por Tite e nem liberado pela legislação que o levou para a linha de fundo, restou ao triste personagem viver amarrado ao passado em que autorizava financiamento de estádios e fazia palestras cobradas a preço de craques do PSG ou do Barcelona.

Naqueles tempos, escalado por bajuladores, chegou a disputar peladas em campos de várzeas. O antigo craque das palavras enrolou-se nas redes da corrupção e perdeu de lavada nas partidas em que enfrentou as imagens do terceiro árbitro, sempre alegando que nunca fez gol de mão.

Com as mãos sujas, o comentarista borrou os gramados e levou cartão vermelho quase no fim do jogo.

Com a idéia de algum gênio da comunicação, Lula, se verdadeira a informação, estará equiparado aos chefes de facções que escrevem bilhetinhos, determinando ações externas de seus asseclas.

Sei lá como funcionam estas ordens procedentes das cadeias que dizem serem escritas pelos encarcerados. Acredito, isto sim, que a possibilidade de liderança de condenados vigiados dia e noite estão mais para ficção do que realidade.

Sabe-se, desde a antiguidade, que “rei morto, rei posto”, pelo menos é o que diz a lenda sobre o herói Teseu que teria usado a expressão ao derrotar o Minotauro e Minos, rei de Creta. Lula seria uma espécie de minotauro, metade homem, metade bicho.

O que é conhecido é que Teseu herdou o trono de Minus, a mulher dele e a adoração do povo. No caso de Lula, o herdeiro dele, acha que terá o trono, o poder e a adoração dos seus eternos 30% de aceitação popular.

Os encarcerados em prisões de segurança máxima ou flats sob controle total sabem que nas comunidades é comum acontecer de o novo líder, para mostrar poder, apoderar-se da mulher do confinado, dos seus bens e, se não conseguir o respeito dos demais membros das facções, os eliminam, criando novos focos de disputa por áreas de influência.

Os bilhetinhos enviados pelo chefe condenado se perdem nos escaninhos como se fossem correspondências enviadas pelos Correios, hoje exemplo de como acabar com uma empresa com a nomeação de incompetentes. Assim é e sempre será a entrega de correspondências de quem já não goza de autoridade, e não há como ter autoridade trancafiado e vigiado.

Nas penitenciárias, o poder está nas mãos de criminosos violentos que exercem o seu poder entre os muros, eliminando seus inimigos com armas rudimentares ou com métodos de tortura.

O poder do lado de fora já foi dividido, está nas mãos de antigos aliados também comprometidos com as falcatruas e que logo estarão fazendo companhia ao inusitado comentarista.

Lula, apontado como líder nas intenções de voto por institutos interessados em tumultuar o processo eleitoral, não quer sair de Curitiba para não ter que encontrar comparsas cumprindo pena em estabelecimentos penais coletivos. Ali, além de passar a ser igual aos outros, terá de prestar serviços domésticos e ser confrontado por ex-aliados.

O melhor que o presidiário deveria fazer é escrever suas memórias do cárcere, apesar de não ser preso político e nem letrado como o foi Graciliano.

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