Peso no bolso, ameaça à vida

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Os últimos movimentos políticos e econômicos do Governo Federal são preocupantes. As promessas de campanha foram colocadas de lado e a realidade se impõe de forma contundente. Lula jogou a toalha e cometeu “sincericídeo” ao admitir: “Dificilmente chegaremos à meta de déficit zero.” O ministro da Economia, Fernando Haddad, pressionado pelas declarações do chefe, abandonou coletiva de imprensa sem dar esclarecimentos aos brasileiros.

Um governo que gasta sem responsabilidade acaba por trazer de volta a inflação e deixar os produtos e serviços mais caros. O ano de 2023 se encaminha para o fim deixando a sensação geral de que se trabalha cada vez mais e o dinheiro vale cada vez menos. O peso da má gestão sobre o bolso da população só não é maior do que o peso de uma administração ideológica sobre a vida de cada um. A volta da insegurança crônica a partir de uma grave crise na segurança pública é a manifestação mais inequívoca disso.

O processo de sucateamento e desprestígio das forças de segurança só não avança mais do que a permissividade para com o crime. A única resistência que traficantes encontram é a de seus próprios concorrentes. Na Bahia, a guerra de facções consolidou o estado no topo do ranking de assassinatos em números absolutos no país. Já no Rio de Janeiro, andar de ônibus virou uma atividade de altíssimo risco por conta da disputa entre a milícia e o tráfico. Pelo menos 35 ônibus e um trem foram queimados recentemente.

Por aqui, a situação não é menos alarmante. Dados do 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostram que o Rio Grande do Sul possui pelo menos 15 organizações criminosas disputando o poder entre si e aterrorizando os gaúchos. Governantes de cá e da lá não oferecem soluções. O ministro da Justiça, por exemplo, nega-se a explicar a situação à Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, deixando de comparecer a convocações oficiais. O presidente Lula se nega a combater o crime organizado. E os gaúchos e brasileiros pagam a conta — com o bolso e com a vida.

Luciano Zucco é deputado federal

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