Lá pelas tantas surgiu uma interessante dúvida: por qual motivo nosso país não apresenta nenhum ganhador do Prêmio Nobel? Dei-me ao trabalho de fazer uma rápida pesquisa, antes de aqui anotar a resposta dada pelo entrevistado.
Apurei que este nobre prêmio já foi concedido à África do Sul (10 vezes), Albânia (2), Alemanha (107), Argentina (5), Austrália (13), Áustria (19), Azerbaijão (1), Bangladesh (2), Bélgica (11), Bielorrússia (5), Myanmar (1), Bósnia e Herzegovina (2), Bulgária (1), Canadá (23), Chile (2), China (10), Chipre (1), Colômbia (2), Coreia do Sul (1), Costa Rica (1), Croácia (2), Dinamarca (14), Egito (4), Eslovênia (1), Espanha (7), EUA (369), Ilhas Faroé (1), Finlândia (5), França (68), Gana (1), Grécia (2), Guatemala (2), Hungria (12), Yemen (1), Índia (9), Irã (1), Irlanda (8), Israel (12), Itália (20), Japão (27), Letônia (1), Libéria (2), Lituânia (2), Luxemburgo (2), México (3), Nigéria (1), Noruega (14), Nova Zelândia (3), Holanda (20), Palestina (1), Paquistão (2), Peru (1), Polônia (15), Portugal (2), Quênia (1), Reino Unido (129), República Checa (5), Romênia (4), Rússia (27), Santa Lúcia (2), Sérvia (1), Suécia (31), Suíça (26), Taiwan (1), Timor-Leste (2), Trinidad e Tobago (1), Tunísia (1), Turquia (3), Ucrânia (5), Venezuela (1) e Vietnam (1).
Intrigante, não? Brasil: zero! Nunca! Jamais! Por que será? Eis aí, decerto, uma pergunta de difícil resposta. E eis que o entrevistado contou tê-la feito precisamente a três membros do comitê julgador do Prêmio Nobel, durante um jantar em Estocolmo. Após algum constrangimento, ouviu a seguinte resposta: “Vocês, brasileiros, são destruidores de heróis”. Revelou-se, então, que, diversamente do que ocorre com outros países, qualquer brasileiro cotado é imediatamente desqualificado por seus próprios compatriotas.
Eis aí uma verdade dolorosa. Heróis, nesta terra, só os estrangeiros. Desconfiamos das intenções e do caráter de qualquer brasileiro que faça algo. Nós somos assim. Fiquei a recordar, triste, uma célebre frase de Machado de Assis: “está morto, podemos elogiá-lo à vontade”.