Tudo começava com um “concurso de planos de negócios” organizado pelo governo. Qualquer pessoa com menos de 40 anos poderia participar, bastando apresentar uma proposta viável de abertura de um algum negócio.
Os projetos eram então avaliados por juízes de empresas de consultoria independentes, que selecionavam particularmente aqueles com maior potencial de geração de empregos. Entre 2012 e 2015 foram escolhidos mais de 3.000 candidatos, que receberam US$ 100 milhões para tornarem realidade as ideias que apresentaram – uma média de US$ 33.000 para cada um.
Vamos aos resultados, devidamente avaliados pelo Banco Mundial e publicados na conceituada revista “American Economic Review”. Apurou-se que este programa gerou 7.000 novos empregos, a um custo unitário de US$ 8.500 para o governo – contra um custo típico que oscila entre US$ 11.000 e US$ 80.000, dependendo da área.
Não nos esqueçamos da motivação: descobriu-se que os vencedores trabalham, em média, 12 horas a mais por semana e contratam 2,6 empregados a mais – aliás, é 11,1% maior a probabilidade de contratarem mais de dez deles.
Constatou-se, igualmente, que os negócios lançados com a ajuda deste programa mostraram-se mais inovadores e rentáveis, quando comparados com outros iniciados de forma convencional – precisamente 22% contra 14%. Basta dizer que a probabilidade de terem um sítio na Internet é praticamente o dobro.
Não por acaso, 87% deles sobreviveram ao primeiro ano, 84,4% ao segundo e 75,9% ao terceiro – uma média até 20% superior à do restante da economia local. Um outro dado importante: o retorno real de capital para estas empresas oscila entre 1,3% e 3,4% ao mês, tornando-as aptas a novos investimentos.
Os dados completos montam a umas 30 páginas – e delas extrai-se a verdade simples de que ideias inovadoras podem dar um vigoroso impulso a tantos que, no alvorecer de suas caminhadas profissionais, muitas vezes sucumbem ao desânimo ou encontram limitações intransponíveis.
Pois é. Que tal pensarmos em algo similar para os nossos jovens?