Operação Circus Maximus

MPF denuncia ex-presidente do BRB e mais 16 por pagamento de propina

Procuradores estimam prejuízo de R$ 348 milhões ao BRB, participantes de fundos de pensão, poupadores

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Sede do Banco de Brasília (BRB).

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta terça (12), no âmbito da Operação Circus Maximus, 17 pessoas por irregularidades praticadas no Banco de Brasília (BRB), envolvendo fundos de investimentos.

Os denunciados (confira os nomes abaixo) podem responder por crimes contra o sistema financeiro, corrupção, lavagem de dinheiro, gestão temerária, entre outros.

De acordo com as investigações, o prejuízo causado pelo esquema criminoso na instituição financeira foi de aproximadamente R$ 348 milhões. Além do próprio banco, foram prejudicados participantes de fundos de pensão e RPPS, poupadores e o sistema financeiro nacional.

Além da condenação nos envolvidos no esquema, os procuradores pedem pelo confisco de valores e o pagamento de uma indenização correspondente ao triplo do total desviado por cada um dos denunciados.

Entenda o esquema

De acordo com as investigações, o esquema começou em 2014 e durou até a Polícia Federal deflagrar em janeiro deste ano a Operação Circus Maximos, que prendeu o ex-presidente do BRB do governo de Rodrigo Rollemberg (PSB), Vasco Cunha Gonçalves, além de outros dois diretores.

Mediante pagamento de propina a ex-dirigentes do banco, recursos de fundo de pensão de estatais, órgãos públicos e do próprio BRB eram liberados para financiar projetos que davam prejuízo. Eram emitidas notas frias a fim de “branquear dinheiro em espécie acumulado, que não poderia entrar novamente no sistema legítimo sem uma base negocial com aparência de legitimidade”.

Foram apuradas ainda troca de e-mails com informações privilegiadas entre os acusados. Os dados trariam ganhos financeiros ilícitos aos envolvidos nos esquemas.

Os investigadores apontam que foram pagos mais de R$ 20 milhões em propina. Os valores eram recebidos por Henrique Domingues Neto, sob orientação e comando de Ricardo Leal, para posterior distribuição aos demais agentes do BRB. Os doleiros e entregadores de dinheiro que faziam parte do esquema tinham base de operação no Uruguai.

Confira a lista dos denunciados:

1. Ricardo Luís Peixoto Leal, ex-conselheiro do BRB, arrecadador de campanha de Rodrigo Rollemberg e apontado como chefe da organização;
2. Henrique Domingues Neto;
3. Henrique Leite Domingues;
4. Adonis Assumpção Pereira Júnior;
5 . Vasco Cunha Gonçalves, ex-presidente do BRB;
6 . Nilban De Melo Júnior, ex-diretor do BRB;
7. Arthur César De Menezes Soares Filho;
8 . Paulo Renato De Oliveira Figueiredo Filho;
9 . Ricardo Siqueira Rodrigues;
10. Felipe Bedran Calil;
11. Felipe Bedran Calil Filho;
12. Nathana Martins Bedran Calil;
13. Diogo Rodrigues Cuoco;
14. Adriana Fernandes Bijara Cuoco;
15. Paul Elie Altit;
16. Paulo Ricardo Baqueiro De Melo;
17. Dilton Castro Junqueira Barbosa.

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