Venezuela

Missão da ONU vê ‘repressão violenta’ de Maduro contra oposição

Segundo o relatório, o governo de Maduro intensificou uma “repressão violenta” contra a oposição e qualquer voz crítica

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Ditador da Venezuela, Nicolás Maduro. (Foto: Reprodução/Redes Sociais).

A Missão da ONU na Venezuela divulgou nesta quinta-feira (21), uma atualização sobre a situação dos direitos humanos no país. Segundo o relatório, o governo de Nicolás Maduro intensificou uma “repressão violenta” contra a oposição e qualquer voz crítica, criando um clima de medo e intimidação que prejudica os direitos fundamentais. 

O relatório documentou detenções arbitrárias, desaparecimentos forçados, tortura e outros tratamentos cruéis, incluindo violência sexual. Ainda segundo o documento, há também um “clima de medo” que afeta a liberdade de expressão, associação e reunião, colocando em risco a possibilidade de eleições livres e justas. 

A prisão da advogada e defensora dos direitos humanos Rocío San Miguel e outras pessoas foi mencionada como exemplos de intimidação contra aqueles que criticam o governo. O Ministério Público também foi apontado como uma ferramenta de perseguição aos opositores e críticos. 

Em resposta, a chancelaria venezuelana rejeitou as “acusações”, considerando-as infundadas. O Governo de Nicolás Maduro classificou as alegações como “mentiras” e atribuiu-as a uma campanha política promovida pelos Estados Unidos, que busca uma “mudança de regime” no país. 

O Palácio Miraflores instiga o Conselho de Direitos Humanos da ONU a rejeitar os argumentos da Missão e critica o Conselho por não tomar medidas contra o que Caracas considera violações dos direitos humanos em outros contextos internacionais, como a situação do povo palestino, “a República Bolivariana da Venezuela não aceita, nem aceitará, qualquer medida que surja desta afronta, apresentada a um Conselho que nada fez para deter o genocídio do povo palestino”.

A candidata da oposição, María Corina Machado, se expressou nesta quarta-feira (20), após a detenção do coordenador da organização Vente Venezuela, Henry Alviarez, e da líder Dignora Hernández. 

Ela afirmou: “Hoje é um dia que ficará para a história como o dia da infâmia, o dia em que o regime revela toda a sua maldade. Apesar das mentiras e da violência que semeiam o terror, eles estão equivocados. O que encontrarão é a força de um povo unido, a coragem e a dignidade de um país que decidiu mudar e está em transição para a democracia. O regime pode tentar atrasar essa transição com força e meios duros, mas não conseguirá evitá-la”, disse Machado da sede da organização em Caracas. 

Em seu discurso, Maria Corina Machado também abordou o papel da comunidade internacional diante do novo cenário político na Venezuela: “Nunca deixarei de lutar, e os venezuelanos podem ter certeza de que nunca os abandonarei. Esperamos muito mais do que bons votos da comunidade internacional”, acrescentou. 

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