Corrução e lavagem

Socialista presa por receber suborno do Catar elogiou ‘direitos trabalhistas’ no país

Ela foi presa após a polícia apreender uma mala de dinheiro com seu pai

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Eurodeputada socialista grega Eva Kaili, vice-presidente do Parlamento Europeu, presa por corrupção.

A presidência do Parlamento Europeu anunciou na noite deste sábado a destituição da eurodeputada socialista grega Eva Kaili das funções de vice-presidente do Parlamento Europeu, detida na véspera na capital belga, e mais outras quatro pessoas, por receberem pagamentos de suborno de “somas substanciais” do Catar para influenciar as decisões dos eurodeputados.

A polícia revistou a casa da deputada depois de apreender com o pai dela grande quantia em dinheiro em uma mala, de acordo com o relatório policial.

Pelo menos três dos detidos são italianos ou de origem italiana.

São eles o ex-deputado socialista Pier-Antonio Panzeri, o secretário-geral da Confederação Sindical Internacional (ITUC) Luca Visentini e Francesco Giorgi, e sócio de Kaili assistente parlamentar do grupo Socialistas e Democratas (S&D), no parlamento europeu.

Ela elogiou ‘direitos trabalhistas’ no Catar

A deputada socialista Eva Kaili, que está presa sob acusação de receber suborno do Catar, viajou àquele país no início de novembro.

Durante sua visita, a vice-presidente do Parlamento Europeu parabenizou o ministro do Trabalho do Catar pelas reformas na legislação de proteção aos trabalhadores.

“O Catar é líder no campo dos direitos trabalhistas”, disse a eurodeputada em 22 de novembro na tribuna do Parlamento Europeu, no país onde milhares de trabalhadores teriam morrido durante as obras de construção dos estádios, para a Copa do Mundo, em razão das condições degradantes de trabalho.

600 mil euros apreendidos

A promotoria belga evitou identificar o país, embora uma fonte próxima ao caso tenha confirmado à Agência France Press (AFP), citada pela imprensa europeia que se trata do Catar.

Já se sabia das detenções, mas o caso ganhou nova dimensão quando se soube que a deputada Eva Kaili, de 44 anos, estava entre os detidos. Ela tem relacionamento com um dos demais suspeitos do caso, também preso algumas horas antes.

A promotoria relatou as prisões depois de encontrar 600.000 euros em dinheiro [valor semelhante em dólares] em 16 batidas em Bruxelas.

Kaili é do Partido Socialista Grego (Pasok-Kinal) e o grupo Socialistas e Democratas (S&D) no parlamento europeu.

‘Sacos cheios de ingressos’

Os interrogatórios dos cinco suspeitos continuaram no sábado, disse um porta-voz da promotoria federal belga. A investigação, liderada pelo juiz Michel Claise, concentra-se em atos de corrupção e lavagem de dinheiro em uma gang organizada.

Segundo o jornal belga L’Echo, “vários sacos cheios de notas” foram encontrados na casa de Kaili, em Bruxelas.

“Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para cooperar com a justiça”, tuitou a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, de Malta.

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