Direita surpreende e vence primárias na Argentina
Javier Milei foi mais votado que opositor oficial; governo ficou em terceiro
Os eleitores deram vitória a um político de direita nas primárias para presidente da Argentina, e Javier Milei logo ganhou o carimbo de “populista de extrema-direta” pela imprensa internacional, aparentemente desapontada com a derrota da coalização esquerdista articulada pelo atual presidente Alberto Fernández, cujo governo arruinou a economia, com inflação de mais de 100% ao ano.
Fernández e sua vice Cristina Kirchner, condenada à prisão por corrupção, são amigos e aliados do presidente brasileiro Lula (PT), que tentou “ajudar” o desempenho eleitoral do grupo que hoje governa a Argentina, por meio de meia dúzia de encontros em poucos meses.
Milei foi o mais votado nas eleições primárias destinadas a escolher os candidatos presidenciais às eleições gerais de outubro na Argentina. A votação em Milei representa uma “reviravolta” nas expectativas de analistas simpáticos ao que chamam de “centro-esquerda”, derrotada pelos eleitores.
Com cerca de 92% das assembleias de voto apuradas, ele obteve cerca de 30% dos votos totais, enquanto os candidatos da principal coligação da oposição, Juntos pela Mudança, obtiveram 28% e a atual coligação governamental, União pela Pátria, conseguiu 27%.
Milei prometeu “pôr fim à casta política parasita, corrupta e inútil” do país, defendendo ideias como a extinção do Banco Central, cujos indicadores econômicos são suspeitos de fraude, acha que a educação sexual atualmente adotada é uma manobra para destruir a família e quer tornar mais fácil a posse de armas de fogo.
“Hoje demos o primeiro passo para a reconstrução da Argentina”, afirmou Milei, ao celebrar a vitória.