Cai autoritarismo em Bangladesh e premiê foge para Índia
Militares decidiram comandar a formação de um governo provisório
O regime autoritário chefiado pela primeira-ministra Sheikh Hasina em Bangladessh finalmente chegou ao fim após 15 anos de poder e da onda de protestos que matou mais de 300 pessoas no país..
Após renunciar, Hasina fugiu do país, segundo divulgou os militares que a ajudavam a manter o poder ditatorial. As Forças Armadas anunciaram também um governo interino comandado pelos militares, claro.
Localizado no no sudeste asiático, Bangladesh é um dos países mais populosos do mundo. Os manifestantes protestam contra o sistema de cotas do governo que reserva um terço dos empregos públicos para parentes de veteranos da guerra contra o Paquistão, em 1971, quando país se tornou independente.
Nesta segunda, milhares de manifestantes invadiram em Daca, a capital, a residência oficial da antiga governante, na capital Daca. Pela manhã, a internet foi bloqueada no país inteiro, após um fim de semana com manifestações massivas e violentas.
Segundo o canal local CNN News 18, Hasina fugiu para a cidade de Agartala, no nordeste da Índia. Ainda de acordo com o canal, ela já chegou ao local, e o governo indiano deve oferecer proteção à agora ex-premiê.
Em pronunciamento, o chefe das Forças Armadas, Waker-uz-Zaman, disse que o governo interino funcionará até que uma solução para o país seja encontrada.
A política de cotas havia sido abolida em 2018, mas foi restabelecida em junho deste ano. Em janeiro, manifestantes já haviam feito uma onda de protestos contra a premiê Sheikh Hasina após ela se reeleger em um pleito do qual a oposição se retirou alegando fraude.
Os protestos, liderados por grupos de estudantes do país, começaram em julho de forma pacífica, mas se tornaram violentos após embates com a polícia e com grupos pró-governo. Analistas do país também apontam influência das difíceis condições econômicas, incluindo inflação alta, aumento do desemprego e esgotamento das reservas estrangeiras.